- ID
- 4179649
- Banca
- FUMARC
- Órgão
- Prefeitura de Ipuã - SP
- Ano
- 2016
- Provas
- Disciplina
- Pedagogia
- Assuntos
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) atestam a necessidade de o professor de Língua Portuguesa trabalhar, cotidianamente, com diferentes gêneros
discursivos, bem como de se apropriar de novas metodologias disponibilizadas
por meio do acesso às TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação).
Com relação a esse aspecto, afirma-se nos PCN que “não se trata, porém, de
tomar os meios como eventuais recursos didáticos para o trabalho pedagógico,
mas de considerar as práticas sociais nas quais estejam inseridos”. (PCN, 1997,
p. 89). De acordo com o documento, portanto, as mídias não podem ser usadas
como pretexto para, eventualmente, “fazer algo novo” com os alunos, isto é, inovar por inovar.
Atente para o texto abaixo:
Apropriações docentes da midiamorfose
Será que toda a aura de interatividade e as conexões cada vez mais
potentes não estão nos dando uma falsa ideia de evolução na
educação?
por Wendel Freire*
Interatividade na educação, democratização, participação, emancipação e liberdade estão entre as palavras que fazem parte do discurso e do imaginário sobre
a internet.
Através de telas interativas [tablets, smartphones, computadores, entre outras]
sabemos se vai chover, conversamos com colegas do trabalho pelo WhatsApp,
pesquisamos o lugar mais barato para se comprar um novo celular, observamos
rostos alegres posando para nós [para a rede] e buscamos incessantemente por
entretenimento. Com elas nas pontas dos dedos, satisfazemos [ao menos temporariamente] nossa avidez por seus estímulos visuais.
A companhia do adjetivo "interativas" não faz das telas um objeto de uso protagonista por si só. As telas funcionam em nossas mãos, antes de qualquer coisa,
como lugares com função calmante, consoladora ou confortante. Estabelecemos
com ela uma relação de dependência sensorial.
Mais que interativas, são telas lenitivas. São espaços de fuga.
Quanto mais tempo agarrados às telas, menor é a vida interior, menor é a contemplação e a dedicação ao pensamento reflexivo. É engendrada com esta mobilidade da comunicação, da informação e do entretenimento uma nova forma de
controle, uma nova cognição e uma nova subjetividade.
(*Wendel Freire, Doutorando em Educação e mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense. Professor dos cursos de Letras e Pedagogia (Fundação Técnico Educacional Souza Marques) e da pós-graduação em Tecnologia
Educacional (Universidade Cândido Mendes).
Disponível em: http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramaticaortografia/56/apropriacoes-docentes-da-midiamorfose
Considerando a temática abordada, nos aspectos indicados nos documentos
parametrizadores e em textos como o de Wendel Freire, avalie as afirmações a
seguir:
I. Na contemporaneidade, ensinar a escrita com o uso da tecnologia informática requer o ensino das práticas sociais instituídas por ela, das especificidades que elas possuem, dos recursos que elas mobilizam e como os sujeitos
podem se apropriar delas para interagir socialmente. O uso pedagógico das
TICs permitirá um novo grau de letramento digital que instrumentalizará os
aprendizes para que participem de forma cidadã de novas práticas sociais,
pessoais e profissionais.
II. Um dos desafios a ser enfrentado pelo educador é como orientar cada aluno
a contextualizar os dados e as informações acessados, transformando-os em
conhecimentos significativos, a partir da seleção de fontes confiáveis e da
análise crítica desses conteúdos encontrados.
III. Como recursos didáticos, disponibilizados pelas mídias, as novas estruturas
narrativas literárias e cinematográficas exerceram influências mútuas, alterando as formas de organização e arranjo de cada forma de linguagem. Por
exemplo, sabe-se que assistir a um filme ou ler um livro concorre, atualmente, com a dinamicidade dos jogos eletrônicos: somente nestes o jogador pode mudar o enredo, alterar a ação de um personagem ou escolher diferentes
cenários e outras possibilidades. Dessa forma, também os jogos oferecem
um potencial pedagógico importante. Traduzir conteúdos de obras literárias em jogos – já existentes ou criados pelos alunos a partir da leitura de determinada obra –, num processo de aprendizagem transmídia, promove maior
interesse dos jovens.
IV. As redes sociais constituem outra ambiência ou plataforma que se abre a
novas incursões pedagógicas: considerando-se que os jovens se conectam
pelo Facebook, pelo Twiter ou no MySpace, seja por razões “frívolas” (como
postagem de selfies) ou “nobres” (por exemplo, para a participação num movimento ativista, como o Greenpeace). Os jovens constroem novas relações
e interações sociais nestes ciberespaços, por isso é preciso que o professor
adentre esse universo e busque a apropriação escolar de pelo menos alguns
desses dispositivos. Esse (com)partilhamento pode criar ambientes produtivos para a troca de experiências, a construção de conceitos, a exploração da
internet para propostas instigantes que associem pesquisa (em revistas e
jornais eletrônicos) ao jogo argumentativo (produções textuais em aparelhos
digitais).
V. O desafio docente é encontrar estratégias de controle do uso de tais ferramentas, impedindo que a novidade se torne adversidade. Para que as novidades sejam incorporadas dentro de uma abordagem pedagógica, é importante que o professor seja capaz de escutar as sugestões dos alunos, mas
também de fazer e conduzir propostas. Pôr em contato diferentes turmas por
meio de um blog escolar, criar um grupo de estudos no google. groups, por
exemplo, são ações que permitem que alunos e professores compartilhem
dados referentes à vida acadêmica, troquem dicas, sanem dúvidas e elenquem e discutam questões relevantes para a comunidade escolar.
Verifica-se que, em relação ao uso pedagógico de novas tecnologias para o ensino de língua materna: