Leia o fragmento a seguir:
“O imperativo categórico de Kant dizia: ‘Aja de modo que tu também possas querer que tua máxima se torne
lei geral’. Aqui, o ‘que tu possas’ invocado é aquele da razão e de sua concordância consigo mesma: a partir
da suposição da existência de uma sociedade de atores humanos (seres racionais em ação), a ação deve
existir de modo que possa ser concebida, sem contradição, como exercício geral da comunidade. Chame-se
atenção aqui para o fato de que a reflexão básica da moral não é propriamente moral, mas lógica: o ‘poder’ ou
‘não poder’ querer expressa autocompatibilidade ou incompatibilidade, e não aprovação moral ou desaprovação. Mas não existe nenhuma contradição em si na ideia de que a humanidade cesse de existir, e dessa
forma também nenhuma contradição em si na ideia de que a felicidade das gerações presentes e seguintes
possa ser paga com a infelicidade ou mesmo com a não-existência de gerações pósteras – tampouco, afinal,
com a ideia contrária, de que a existência e a felicidade das gerações futuras seja paga com a infelicidade e
mesmo com a eliminação parcial da presente. O sacrifício do futuro em prol do presente não é logicamente
mais refutável do que o sacrifício do presente a favor do futuro”.
(JONAS, Hans. O Princípio Responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006, p. 47).
Considerando esta passagem, é CORRETO afirmar que Hans Jonas: