- ID
- 4199233
- Banca
- COPESE - UFT
- Órgão
- UFT
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Literatura
- Assuntos
Leia o fragmento para responder a QUESTÃO .
A felicidade, sensação tão volátil, instável, irredutível de
homem a homem é cousa diferente, e não consente média a
abranger centenas, milhares e milhões de seres humanos.
Imaginas tu que Madame Belasman, de Petrópolis, tem um
grande joanete, um defeito hediondo, com o qual sobremaneira
sofre; e o operário Felismino, da mortona, orgulha-se em
possuir um filho com talento. Madame Belasman vive
acabrunhada com a exuberância de seu joanete. [...]
entretanto, Felismino, quando bate rebites, sorri e antegoza o
estrondo que uma parcela do seu sangue vai causar na
sociedade. [...] Quem é mais feliz – pergunto – madame
Belasman ou o senhor Felismino? E, à vista disso, poderás
dizer que todas as damas de Petrópolis são felizes e os
operários de fundição são desgraçados? Há média possível
para a felicidade das classes? Nós, os modernos, nos vamos
esquecendo que essas histórias de classe, de povos, de raças,
são tipos de gabinetes, fabricados para as necessidades de
certos edifícios lógicos, mas que fora deles desaparecem
completamente: – Não são? Não existem.
Fonte: BARRETO, Lima. Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá. Cotia, SP:
Ateliê Editorial, 2017, p 100-101. (fragmento).
Sobre o fragmento da obra Vida e Morte de M. J. Gonzaga de
Sá, de Lima Barreto, assinale a alternativa CORRETA.