- ID
- 4203532
- Banca
- CESPE / CEBRASPE
- Órgão
- HUB
- Ano
- 2018
- Provas
- Disciplina
- Psicologia
- Assuntos
Nanda, de 5 anos de idade, chegou ao ambulatório de
saúde mental de sua região acompanhada de sua mãe e seu padrasto
para avaliação. A mãe relatou que a criança passa a semana
com o pai e que usufrui apenas dos finais de semana com a filha,
de acordo com determinação judicial. A genitora alega histórico
de agressões pelo ex-companheiro, desde a gestação. Nanda
presenciou vários dos “ataques de fúria” do pai, de acordo
com relato da mãe. A mãe declarou ter tido depressão pós-parto
e crises de ansiedade, não tratadas. “Desde que me entendo
por gente, sou triste. Quando Nanda nasceu, eu não tinha condição
nenhuma de cuidar dela. Precisei ser internada. Tomei medicação
enquanto estive no hospital. Depois que recebi alta, não voltei
mais. Os remédios me deixavam dopada. Consegui um emprego
e logo engravidei do meu atual marido. Não tenho como deixar
meu emprego para cuidar de Nanda, mas estou disposta a tudo
pela minha filha depois que descobri que a madrasta não a aceita.
Além disso, o pai de Nanda, agora, agride a atual esposa. Acho
que ele nunca irá parar” (sic). Relatou ainda que a filha “fala”
à noite e tem o sono muito agitado. Chora “pelos cantos”
e fica calada quando é indagada sobre qualquer coisa que
envolve o contexto paterno, até mesmo coisas cotidianas
referentes à rotina e esfera escolar. Havia duas semanas se
recusava a se alimentar, o que já ocasionara duas entradas
no pronto-socorro. “Parece que não tem vontade de nada.
Nada chama sua atenção. Não vejo mais o brilho no olhar da minha
filha. Me vejo nela quando eu tinha a mesma idade” (sic).
Considerando o caso clínico apresentado, a temática da violência
e a atuação do profissional de saúde, julgue o item subsecutivo.
A violência é entendida como quaisquer atos ou omissões
de pais, parentes e responsáveis que redundem em dano físico,
emocional, sexual e moral às vítimas.