Questão 42691

• Banca: CESGRANRIO
• Órgão: BNDES
• Ano: 2008
• Provas: CESGRANRIO - 2008 - BNDES - Profissional Básico - Arquitetura - Janeiro
• Disciplina: Arquitetura
• Assuntos: Análise Projetual; Projetos

Zevi (2002), ao analisar a representação do espaço em "Saber Ver a Arquitetura", afirma que, na maioria das obras sobre a história da arte e da arquitetura, os edifícios são representados por plantas, elevações, cortes e fotografias. A esse respeito, analise as afirmações a seguir.

I - Esses instrumentos de representação, isoladamente, são incapazes de representar completamente o espaço arquitetônico.
II - Esses instrumentos, em conjunto, representam completamente o espaço arquitetônico.
III - As plantas são abstratas porque estão fora das concretas experiências visuais de um edifício.

Está(ão) coerente(s) com o pensamento desse autor apenas a(s) afirmação(ões)

• A. I.
• B. II.
• C. III.
• D. I e III.
• E. II e III.

Gabarito: D

Comentários

• II - Esses instrumentos, em conjunto,NÃO representam completamente o espaço arquitetônico porque só com a dimensão humana e sua experimentação esses elementos podem representá-lo fielmente.
  
• Para mostrar uma obra ou conjunto espacial urbano, os desenhos e fotos a descreverem o objeto de modo abstrato, ou melhor, fracionado, exigem alguma decifração que os recomponha em sua unicidade para a compreensão espacial, e nem mesmo os arquitetos, afinados com essas formas de expressão encontram, por vezes, tempo suficiente para isso. Desenhos como plantas e fachadas são representações abstratas e não incluem, necessariamente, a escala humana, uma relação dimensional dada, muitas vezes, somente pela escala gráfica ou numérica. Mas o mais importante e significativo é que essas formas gráficas e bidimensionais “estão completamente fora de todas as concretas experiências visuais do edifício”,e, entretanto, são esses os meios predominantes de que dispomos para o ensino e conhecimento da arquitetura. O meio usualmente considerado mais adequado para apreender um edifício é o caminhar em seu interior e exterior, entrar em seus ambientes estabelecendo relações entre eles pelo contato direto: assim Zevi passa a identificar no cinema, nesse percurso que a câmera pode cumprir como extensão do olho, a possibilidade de melhor apreensão do objeto arquitetônico. http://www.revistas.usp.br/posfau/article/viewFile/43512/47134