Se o quadro do analfabetismo melhorou no país, os dados sobre saneamento apontam que este setor carrega ainda o principal atraso no desenvolvimento socioeconômico brasileiro. Em 2000, 62,2% dos domicílios tinham acesso à rede de esgoto e fossa séptica. Em 2010, esse percentual ainda é de 67,1%. As disparidades entre as regiões em 2010 mostram situação ainda pior: enquanto no Sudeste o percentual é de 86,5% e no Sul, de 71,5%, no Centro-Oeste ele é de 51,5% e, no Nordeste, é de 45,2% -- ou seja, mais da metade dos domicílios no Nordeste não contam com rede de esgoto. No Norte, o percentual chega a ser pior: 32,8%, o que significa que cerca de 70% dos domicílios não têm rede de esgoto.
Os dados sobre renda também apontam para a situação de desigualdade no país. Na divisão do bolo de rendimentos domiciliares, a maior parcela vai para os 10% que ganham mais: 42,8% dos rendimentos domiciliares, enquanto os 10% mais pobres têm apenas 1,3% desses rendimentos. No Nordeste, a concentração de renda é maior: 10% mais pobres não conseguem ficar nem com 1% da renda (0,9%). A desigualdade ocorre também quando se olham os dados por gênero: homens ganham 42% mais que as mulheres (R$ 1.395 contra R$ 984). Além disso, nos dados por cor e raça, o ganho dos brancos chega a ser 2,4 vezes maior que o de negros nas cidades com mais de 500 mil habitantes. Já onde o saneamento é inadequado, vivem 70% dos que têm rendimento domiciliar per capita de meio mínimo.
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