Questão 4831129

• Banca: Aeronáutica
• Órgão: EEAR
• Ano: 2020
• Provas: Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Administração; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Eletricidade; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Eletrônica; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Enfermagem; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Informática; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Laboratório; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Obras; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Pavimentação; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Radiologia; Aeronáutica - 2020 - EEAR - Sargento da Aeronáutica - Topografia
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Vergonha de viver

Clarice Lispector

    Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por exemplo, estar tomando lugar no espaço. Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. (...)

   Sempre fui uma tímida muito ousada. Lembro-me de quando há muitos anos fui passar férias numa grande fazenda. Ia-se de trem até uma pequeníssima estação deserta. Donde se telefonava para a fazenda que ficava a meia hora dali, num caminho perigosíssimo, rude e tosco (...). Telefonei para a fazenda e eles me perguntaram se queria carro ou cavalo. Eu disse logo cavalo. E nunca tinha montado na vida.

   Foi tudo muito dramático. Caiu uma grande chuva de tempestade furiosa e fez-se subitamente noite fechada. Eu, montada no belo cavalo, nada enxergava a minha frente. Mas os relâmpagos revelavam-me verdadeiros abismos. (...) E eu, ensopada, morria de medo: sabia que corria risco de vida. Quando finalmente cheguei à fazenda, não tinha força de desmontar (...).

    De 12 para 13 anos mudamo-nos do Recife para o Rio, a bordo de um navio inglês. Eu não sabia ainda inglês. Mas escolhia no cardápio ousadamente os nomes de comida mais complicados. (...) 

    Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num diário. Nunca foram aceitas. E eu, teimosa, continuava escrevendo. (...)

www.cronicabrasileira.org.br

A questão referem-se ao texto acima.

No último parágrafo, a autora

• A. apresenta, por meio de reminiscências da infância, a valorização de seu dom como escritora.
• B. mostra que a insistência em escrever histórias foi determinante para o reconhecimento de uma grande cronista.
• C. sugere que a teimosia em escrever, apesar das recusas, pode têla impulsionado para a senda da literatura.
• D. leva à conclusão, por ser autobiográfico e contraditório, de que escrever na infância foi o embrião de seu futuro ofício.

Gabarito: C

Comentários

• Realmente, a teimosia dela levou ao ponto de se tornar uma grande "senda da literatura" rsrs

• A: ESSE PARÁGRAFO NÃO DEMONSTRA NENHUMA VALORIZAÇÃO, SOMENTE A INSISTÊNCIA DELA.

  B: TAMBÉM NÃO MOSTRA NENHUM RECONHECIMENTO.

  C: exatamente, SUGERE, que a teimosia em escrever pode ter impulsionado ela, É SÓ UMA SUGESTÃO NÃO UMA CERTEZA, POR ISSO ESSA É A CORRETA, PORQUE ABORDA EXATAMENTE O QUE O PARÁGRAFO QUER DIZER.

  D: NÃO NECESSARIAMENTE ELA ESTAVA COMEÇANDO A SER ESCRITORA NA INFÂNCIA.

• Sei nem o que é "senda"