A historiadora Emília Viotti da Costa escreveu o Livro “Da Monarquia a República: Momentos decisivos" no qual demonstra um panorama da formação e do caráter da sociedade brasileira, tendo como recorte temporal desde o processo de independência até o período republicano.
Após a proclamação da República, o controle do aparelho de Estado passa a ser feito pelas oligarquias rurais e principalmente pelos cafeicultores do sudeste brasileiro , principalmente de SP, na esfera federal. Através da política dos governadores, as oligarquias cafeeiras conseguiam autonomia para usar a estrutura política do Estado para o desenvolvimento da economia cafeeira. O desafio era a estabilização econômica para que a produção cafeeira brasileira fosse lucrativa.
O período em destaque é alvo de inúmeras pesquisas e publicações. Umas mais tradicionais e outras mais contemporâneas. Especial destaque para as publicações de Emília Viotti da Costa, Edgard Carone e Boris Fausto. Uma das alternativas indica o desequilíbrio entre os poderes econômico e político que marcou o final do período monárquico.
A) INCORRETA - As Províncias de Minas Gerais e de São Paulo estavam unidas contra as políticas do Império sendo parte integrante do Movimento Republicano. Ambas haviam utilizado a mão de obra africana escrava e estavam inserindo paulatinamente o trabalhador livre imigrante, entendida como de “ melhor qualidade" e por conta do alto custo da importação da mão de obra africana.
B) CORRETA - Os barões do café do Vale do Paraíba estavam fortemente ligados à monarquia e possuíam, dessa forma, uma grande influência política, pois as terras nas quais estavam localizados os cafezais eram sesmarias doadas por D. João VI. Os cafeicultores do oeste ( “oeste velho") paulista se uniram ao movimento republicano com a intenção de ascender ao poder quebrando com a ordem oligárquica ligada a D. Pedro II, que impedia que possuíssem maior relevância política. Economicamente, a partir de 1880, as fazendas do Oeste Paulista prosperaram em virtude da exportação e, da utilização de mão de obra livre e pela excelência do solo.
C) INCORRETA - A mão de obra predominante na produção cafeeira, em determinadas áreas , era a escrava, o que só chegou ao seu fim com a Abolição, em 1888. Os fazendeiros do Oeste Paulista e de Minas Gerais possuíam mais qualidade técnica com a mão de obra imigrante que possuía conhecimento prévio sobre o cultivo de café, além de terem maior incentivo ao trabalho . A Bahia não era produtora de café.
D) INCORRETA – O Partido Conservador desejava a manutenção da escravatura. Contudo, caso a abolição fosse inevitável os proprietários de terra deveriam ser ressarcidos pela propriedade perdida. Entendemos que esta propriedade perdida seriam os africanos escravizados.
E) INCORRETA - Nas duas últimas décadas do Império houve duas reformas: a Lei do Terço, em 1875, e a Lei Saraiva de 1881. A primeira permitiu a inserção das minorias na Câmara dos Deputados e teve o assento da maioria de liberais. Na segunda, conseguiu-se rever a participação do eleitorado e reduziu-se, segundo o autor Alexandre Bazilio em sua tese Reformas eleitorais no final do Império: a reinvenção do cidadão brasileiro (1871-1889), em 90% o eleitorado nacional. As reformas não trazem a perda de importância do centro sul . As províncias do nordeste produziam algodão mas , com mão de obra escrava.
Gabarito do Professor: Letra B.