Em sua obra intitulada “A Formação do Brasil Contemporâneo", Caio Prado júnior promove uma ampla revisão historiográfica do que ele mesmo chama de “elementos formadores da sociedade brasileira durante o período colonial". Isso significa dizer que o Brasil contemporâneo foi reflexo do Brasil imperial e do Brasil colonial. O período imperial também era reflexo do período anterior, ou seja, o colonial. Dessa forma, o que vivenciamos no momento presente é um reflexo de vários processos históricos passados.
Assim, as estruturas de poder foram preservadas, e na verdade, Prado Júnior enxergou que a visão econômica sempre predominou no cenário brasileiro, o que resultou na formação de um país com desigualdades bem acentuadas entre as camadas da sociedade.
No caso da independência do Brasil em relação a Portugal, a consequente autonomia dada à então ex-colônia e agora sede da capital do Reino Unido português, se tornou em razão para resistir às manobras da coroa portuguesa em recolonizar o Brasil.
Movimentos republicanos como a Revolução Pernambucana de 1817, mostravam que havia diferentes grupos separatistas interessados na emancipação política do Brasil em relação a Portugal. Porém, o grupo formado pelas elites agroexportadoras ligadas ao príncipe regente D. Pedro, prevaleceu e manteve a estrutura oligárquica e escravista vigente no Brasil, dando o tom da formação do Estado Brasileiro de forma pragmática e burocrática.
Para resolver essa questão é necessário o estudo da sociedade colonial brasileira e seus elementos formadores, acerca da aristocracia colonial portuguesa, do escravismo e acerca do grande abismo social que separa essa aristocracia colonial do resto do povo no Brasil , que se mantém após sua emancipação política.
Entre as alternativas uma aponta uma ideia de História correta acerca da independência.
A) INCORRETA – Essa alternativa está incorreta porque não houve um acordo entre as elites agroexportadoras ligadas a D. Pedro I e uma burguesia industrial brasileira, visto que o setor industrial brasileiro na primeira metade do século XIX não era muito desenvolvido frente à estrutura rural e latifundiária existente. O setor médio urbano se limitava a pequenos comerciantes livres, profissionais liberais e militares.
B) CORRETA - Essa alternativa está correta porque além do grupo oligárquico aliado a D. Pedro I, também havia outros segmentos favoráveis a separação política do Brasil em relação a Portugal, como os republicanos, por exemplo. Porém Nenhum deles apresentava um projeto de Estado consolidado. Não à toa, a formação do Estado brasileiro seguiu os moldes aristocráticos coloniais, mantendo o status quo das elites agroexportadoras ligadas à aristocracia portuguesa.
C) INCORRETA – Essa alternativa está incorreta porque o processo de formação do Estado brasileiro após a independência em 1822 não teve um projeto de inclusão de setores minoritários da sociedade em sua estrutura, visto que o escravismo seguiu sendo a principal providência do setor produtivo e o patriarcado seguiu com força na organização social, do trabalho e da família.
D) INCORRETA – Essa alternativa está incorreta, pois, junto à Revolução Pernambucana de 1817, um movimento republicano e separatista, outros movimentos de resistência à independência do Brasil aconteceram pela resistência de grupos leais a Portugal, levando às chamadas Guerras da Independência, que ao contrário de outros exemplos americanos, foram campanhas para impor a monarquia brasileira aos resistentes a essa empreitada de D. Pedro I e seus apoiadores, membros da elite agroexportadora do Brasil.
E) INCORRETA - Essa alternativa está errada porque além de não ter havido uma aliança entre grupos escravistas e grupos abolicionistas, que de antemão não tinham muita força nesse período, não aconteceu uma aliança entre diferentes setores da sociedade brasileira, visto que a dianteira do processo de independência foi dado pela elite apoiadora da permanência de D. Pedro como monarca brasileiro.
Gabarito do Professor: Letra B.