O Programa Saúde da Família (PSF) foi introduzido no Brasil em 1994 pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de reordenar as práticas de saúde no âmbito da atenção básica em novas bases e critérios, com foco na família, a partir do seu ambiente físico e social. Posteriormente definido como estratégia, reafirma e incorpora os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de universalização, descentralização, integralidade e participação da comunidade. O PSF teve como antecedente o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs), lançado em 1991, no qual já se trabalhava a família como unidade de ação programática. Os bons resultados do Pacs, particularmente na redução dos índices de mortalidade infantil, levaram à busca da ampliação e maior resolutividade das ações e, a partir de janeiro de 1994, começaram a ser formadas as primeiras Equipes de Saúde da Família (ESFs) . O PSF produziu um consenso quanto a um projeto de mudança do modelo de saúde hegemônico que nenhum outro projeto na história do SUS conseguiu. Contribuiu, ainda, para o acirramento das discussões sobre a necessidade de uma nova lógica de financiamento, que não a por procedimentos . No entanto, a inserção da odontologia no PSF só aconteceu em 2000, quando o Ministro da Saúde, diante da necessidade de ampliar a atenção em saúde bucal para a população brasileira, estabeleceu incentivo financeiro para a formação de equipes formadas por cirurgiões-dentistas (CDs), atendentes de consultório dentário (ACDs) e técnicos de higiene dentária (THDs).
Trecho retirado do Artigo: ''A inserção do cirurgião-dentista no PSF: uma revisão crítica sobre as ações e os métodos de avaliação das Equipes de Saúde Bucal''.