TV a Serviço da Tecnologia e do Racismo
Os meios de comunicação, todos eles, têm sido braço direito e esquerdo da propagação das tecnologias da estrutura racista.
Isso é uma verdade que se pode confirmar com absoluta facilidade em todos os veículos de comunicação disponíveis, em especial
a televisão.
O poderoso e influente jornalista Assis Chateaubriand foi o responsável pela primeira transmissão televisiva no Brasil, em 18
de setembro de 1950, pela TV Tupi, em São Paulo. No ano seguinte, seria a vez de o Rio de Janeiro ser contemplado com essa
novíssima ferramenta, viabilizada por recursos importados dos Estados Unidos. O Brasil, então, passou a ser o quarto país do mundo
a operar esse tipo de veículo, ficando atrás apenas da Inglaterra, França e dos próprios Estados Unidos. O país seguia pouco mais
de meio século de pós-abolição. Uma pós-abolição que ora tentava se livrar das sobras humanas, cuja exploração explícita já não
era mais permitida pela lei, ora se valia da fragilidade dessas sobras vivas para prosseguir com os acúmulos de riqueza construída
à custa da exploração histórica e não reparada. [...]
(Joice Beth, Le Monde Diplomatique Brasil, junho/2017, p. 38. Adaptado.)
Com relação à palavra “sobras” citada na última frase do texto, é correto afirmar que refere: