SóProvas


ID
4870300
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Câmara de Amparo - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão:

Consumo e felicidade
    Patrick Terrien, chef francês e diretor da escola de culinária Le Cordon Bleu, declarou à coluna “As últimas 10 coisas que comprei”, do caderno Vitrine, da Folha, ter comprado champanhe, flores, foie gras, laranjas, cogumelos selvagens, água, jornal, pão, um CD e entradas para o cinema.
    O que uma pessoa compra dá uma boa noção de como ela vive. No caso do chef, tudo o que ele comprou foi para o consumo em família, para presentear um amigo e sair com a mulher.
    Comprou coisas que não duram nem podem ser exibidas, mas podem tornar a relação entre as pessoas próximas a ele mais agradável e apetitosa.
[...]
    Mas, na sociedade de consumo, vivemos para sermos felizes por meio do que adquirimos. Paradoxalmente, por meio daquilo que descartamos.
    A aquisição de mercadorias satisfaz nossos desejos e providencia nossa felicidade. Mas os desejos são inesgotáveis. Brotam de todo contato que temos com o que existe no mundo. Um dá lugar a outro, e satisfazê-los é tarefa impossível.
    Como as mercadorias são produzidas com a finalidade primeira de serem compradas, a sociedade de consumo precisa permanentemente provocar nossa insatisfação com o que temos e atiçar nosso desejo pelo que ainda não temos. Toda propaganda de alguma mercadoria sugere, subliminarmente, que aquela que temos está ultrapassada e não pode nos oferecer o que a nova poderá. Não comprá-la é ficar em falta com nós mesmos e não pertencer ao círculo especial dos que já a adquiriram.    
    Enredados nesse modo-contínuo de insatisfação/ descarte/consumo, compreendemos a máxima da vida: sempre seremos felizes por pouco tempo.
    Toda suposta felicidade antecipa uma infelicidade. E, enquanto saltamos de uma infelicidade a outra, a almejada felicidade passa a ser um breve intervalo, sempre imperceptível.
    A felicidade, substituída pela satisfação de desejos nunca aplacáveis, jamais é experimentada. O que nos resta é a ansiedade da felicidade.
    As compras do chef francês sugerem que ele se desvia dessa sedução consumista. Fruir, mais do que ter. E não apenas o sabor do foie gras ou dos cogumelos, mas o prazer de repartir com amigos e familiares pequenos prazeres. Celebração e simplicidade.

(DULCE CRITELLI, terapeuta existencial e professora de filosofia da PUC-SP, é autora de “Educação e Dominação Cultural” e “Analítica de Sentido” e coordenadora do Existentia – Centro de Orientação e Estudos da Condição Humana dulcecritelli@existentia.com.br Cristiane Segatto. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1211200901.htm. Acesso em: 01/2020. DULCE CRITELLI/FOLHAPRESS. Adaptado.)

No período “Comprou coisas que não duram nem podem ser exibidas, mas podem tornar a relação entre as pessoas próximas a ele mais agradável e apetitosa.” (3º§), o vocábulo “que”:

Alternativas
Comentários
  • Gab : C

    o QUE na questão desempenha a função sintática de sujeito da oração.

    “Comprou coisas que(ELE ESTA RETOMANDO COISAS, COISAS É O SUJEITO, LOGO O QUE EXERCE A FUNÇÃO DE SUIJEITO) não duram nem podem ser exibidas, mas podem tornar a relação entre as pessoas próximas a ele mais agradável e apetitosa.”

  • A questão quer saber qual melhor explicação define o "que" da oração abaixo. Vejamos:

     “Comprou coisas que não duram..."

    a) Sintetiza o termo a que se refere.

    Incorreta. Não tem função de resumir, sintetizar o termo anterior, na verdade retoma o termo anterior.

    b) Implica em sustentação da negação empregada a seguir.

    Incorreta. O pronome relativo não funciona como termo catafórico e sim anafórico.

    c) Desempenha a função sintática de sujeito na oração em que se insere.

    Correta. Vejam que se perguntar ao verbo, quem não duram? Coisas.

    Coisas está sendo retomado pelo pronome relativo 'Que" assim exercendo a função de sujeito do verbo durar.

     “Comprou coisas/ COISAS não duram 

    d) Tem o mesmo referente indicado pelo termo “ele”, promovendo a coerência textual.

    Incorreta. O pronome "ele" está se referindo a Patrick Terrien. Já por outro lado, o pronome relativo "que" está retomando "coisas".

    GABARITO: C

  • "Coisas" seria objeto direto do verbo comprar. O sujeito é oculto (eu). Essa questão está equivocada.

  • Passo 1) Isole a oração contendo o "que":

    = que não duram

    Passo 2) Remonte a frase inserindo o termo ao qual o "que" se refere e de modo que faça sentido:

    = coisas não duram

    Passo 3) Faça a análise sintática e veja a função do termo que o "que" retomou

    = coisas = sujeito dessa oração (iniciada pelo que)

    Logo...

    que = sujeito

  • Assertiva C

    o vocábulo “que”: Desempenha a função sintática de sujeito na oração em que se insere.

  • Questão muito boa. Analisemos:

    “Comprou coisas que não duram nem podem ser exibidas, mas podem tornar a relação entre as pessoas próximas a ele mais agradável e apetitosa.”

    Oração principal - Comprou coisas

    Oração subordinada adjetiva restritiva - que não duram nem podem ser exibidas.

    O pronome "que" é relativo e se refere ao substantivo "coisas" restringindo-o e não sintetizando conforme declarado no afirmativa A.

    Agora, observe a seguinte análise

    Comprou coisas

    Coisas não duram nem podem ser exibidas...

    Observem que, na oração principal, o substantivo "coisas" exerce a função de Objeto Direto e, na segunda oração, substituindo o "que" pelo mesmo substantivo, ele exercerá a função de SUJEITO, conforme afirmado na alternativa C.

    GABARITO: C

    "DESISTIR NUNCA; RETROCEDER JAMAIS. FOCO NO OBJETIVO SEMPRE."

  • jalusa tá fumando SBP ou baigon?
  • Acredito que quanto ao fato de ser um pronome relativo não há dúvidas. Eis uma forma simples de encontrar a função sintática de pronomes relativos:

    • isolar a oração que contém o pronome relativo (subordinada) da oração principal:

    " ... Comprou coisas / que não duram ... "

    • substituir, na oração subordinada, o pronome relativo pelo termo ao qual ele se refere:

    " ... que não duram ... " " ... coisas não duram ... "

    • analisar a função sintática que esse termo exerce na oração

    Como podemos observar, o termo "coisas" exerce a função de sujeito. Logo, esta também é a função exercida pelo pronome relativo "que".

    Gabarito: C

  • Coisas aí não é sujeito nunca. O sujeito de comprou está oculto.
  • "Comprou coisas que não duram nem podem ser exibidas"

    QUE = pronome relativo

    introduz uma oração subordinada adjetiva, faz uma referenciação ao termo mencionado anteriormente.

    O que não duram e nem podem ser exibidas? = COISAS

    QUE exerce a função de sujeito da oração.