- ID
- 4880839
- Banca
- FEPESE
- Órgão
- Prefeitura de Lages - SC
- Ano
- 2016
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia o texto.
Brasileiro, homem do amanhã
Há em nosso povo duas constantes que nos induzem
a sustentar que o Brasil é o único país brasileiro de
todo o mundo. Brasileiro até demais. Colunas de brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um
jeito; a capacidade de adiar.
A primeira é ainda escassamente conhecida, e
nada compreendida, no exterior; a segunda, no
entanto, já anda bastante divulgada lá fora, sem que,
direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para isso.
Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo (nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é no Brasil uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental. Não, é mais, bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e surpreendente raça brasileira.
Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são: nascimento, reprodução, procrastinação e morte (esta última, se possível, também adiada).
Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório, do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa frente um foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado; proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as palavras: logo à tarde; só à noite; amanhã; segunda-feira; depois do Carnaval; no ano que vem. Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel de Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo. Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós. Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil.
Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo (nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é no Brasil uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental. Não, é mais, bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e surpreendente raça brasileira.
Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são: nascimento, reprodução, procrastinação e morte (esta última, se possível, também adiada).
Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório, do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa frente um foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado; proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as palavras: logo à tarde; só à noite; amanhã; segunda-feira; depois do Carnaval; no ano que vem. Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel de Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo. Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós. Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil.
Quanto à morte, não devem ser esquecidos dois
poemas típicos do Romantismo: na Canção do Exílio,
Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que ele
morra sem que volte para lá, isto é, para cá. Já Álvares
de Azevedo tem aquele poema famoso cujo refrão é
sintomaticamente brasileiro: “Se eu morresse amanhã”.
Como se vê, nem os românticos aceitavam morrer
hoje, postulando a Deus prazos mais confortáveis.
Sim, adiamos por força de um incoercível destino nacional, do mesmo modo que, por obra do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no Times, o português adora bacalhau, o alemão trabalha com furor disciplinado, o espanhol se excita com a morte, o japonês esconde o pensamento, o americano escolhe sempre a gravata mais colorida.
O brasileiro adia; logo existe.
A divulgação dessa nossa capacidade autóctone para a incessante delonga transpõe as fronteiras e o Atlântico. A verdade é que já está nos manuais. Ainda há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do volume algumas informações essenciais sobre nós e nossa terra. Entre endereços de embaixadores e consulados, estatísticas, indicações culinárias o autor intercalou o seguinte tópico:
Sim, adiamos por força de um incoercível destino nacional, do mesmo modo que, por obra do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no Times, o português adora bacalhau, o alemão trabalha com furor disciplinado, o espanhol se excita com a morte, o japonês esconde o pensamento, o americano escolhe sempre a gravata mais colorida.
O brasileiro adia; logo existe.
A divulgação dessa nossa capacidade autóctone para a incessante delonga transpõe as fronteiras e o Atlântico. A verdade é que já está nos manuais. Ainda há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do volume algumas informações essenciais sobre nós e nossa terra. Entre endereços de embaixadores e consulados, estatísticas, indicações culinárias o autor intercalou o seguinte tópico:
DES MOST (*palavras)
- Hier: ontem
- Aujourd’hui: hoje
- Demain: amanhã
Le seul importante est le dernier (*a única palavra
importante é a última)
A única palavra importante é amanhã. Ora, esse francês astuto agarrou-nos pela perna. O resto eu adio
para a semana que vem.
Paulo Mendes Campos
Leia o texto.
Utilizamos todas as estratégias de leitura, mais ou
menos ao mesmo tempo, sem ter consciência disso.
Só nos damos conta do que estamos fazendo se formos analisar com cuidado nosso processo de leitura.
Ler não é um ato mecânico e sim um processo ativo. A
mente filtra as informações recebidas, interpreta essas
informações e seleciona aquelas que são consideradas
relevantes. O que se fixa em nossa mente é o significado geral do texto.
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/34112/
estrategias-de-leitura
Considerando seis estratégias de leitura, associe as
colunas 1 e 2 abaixo:
Coluna 1 Estratégias de leitura
1. Pensar em voz alta
2. Predição
3. Questionar
4. Resumir
5. Representação visual
2. Predição
3. Questionar
4. Resumir
5. Representação visual
Coluna 2 Aplicação das estratégias
( ) Implica antecipar, prever fatos ou conteúdos
do texto utilizando o conhecimento já existente para facilitar a compreensão.
( ) É quando o leitor verbaliza seu pensamento enquanto lê.
( ) Auxilia leitores a entenderem, organizarem e lembrarem algumas das muitas palavras lidas quando formam uma imagem mental do conteúdo.
( ) Facilita a compreensão global do texto, pois implica a seleção e destaque das informações mais relevantes do texto.
( ) Auxilia no entendimento do conteúdo da leitura, uma vez que permite ao leitor refletir sobre o mesmo.
( ) É quando o leitor verbaliza seu pensamento enquanto lê.
( ) Auxilia leitores a entenderem, organizarem e lembrarem algumas das muitas palavras lidas quando formam uma imagem mental do conteúdo.
( ) Facilita a compreensão global do texto, pois implica a seleção e destaque das informações mais relevantes do texto.
( ) Auxilia no entendimento do conteúdo da leitura, uma vez que permite ao leitor refletir sobre o mesmo.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta,
de cima para baixo.