Os testes sorológicos são utilizados como um dos critérios para confirmação de suspeita clínica da Doença de Chagas e triagem em bancos de sangue. Entretanto, alguns cuidados são necessários na escolha do método e sua interpretação. O Machado Guerreiro (Fixação de complemento) era o exame de escolha no passado, mas por apresentar baixa sensibilidade (60%), baixa especificidade e complexidade na sua execução, não mais deve ser utilizado. Os métodos Hemoglutinação, imunofluorescência e imunoensaio apresentam sensibilidade próximo a 100%. Tendo em vista a possibilidade de falso-positivos (leishmania, malária, sífilis, toxoplasmose, hanseníase, doenças do colágeno, hepatites) é recomendado que o soro seja testado em pelo menos dois métodos diferentes antes de aceito, pelo clínico assistente, a positividade da sorologia. A hemoaglutinação é utilizada para triagem devido sua praticidade e boa sensibilidade. Entretanto, tem especificidade inferior a imunofluorescência e ao imunoensaio enzimático. A imunofluorescência indireta IgG é exame sensível no diagnostico da Doença de Chagas. A imunofluorescência indireta IgM é útil para caracterizar fase aguda. Ambos apresentam menor reprodutibilidade que o imunoensaio enzimático (ELISA). O imunoensaio enzimático utiliza antígenos altamente purificados com maior sensibilidade (98 a 100%), maior especificidade (93 a 100%) e leitura mais objetiva. O imunoensaio de partículas em gel apresenta sensibilidade de 96,8% e especificidade de 94,6%. Ressalta-se que a Organização Mundial de Saúde preconiza o uso de pelo menos dois testes de diferentes métodos para o diagnóstico laboratorial da doença de Chagas.