- ID
- 4987816
- Banca
- INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO
- Órgão
- ISGH
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
A grande árvore e o bambu
O mestre e seu jovem discípulo caminhavam em
silêncio pela estrada que ligava o templo ao vilarejo. Na
noite anterior uma forte tempestade havia caído na região
e havia muitas folhas e galhos espalhados pelo caminho.
A certa altura, os dois foram obrigados a saltar o tronco
de uma grande árvore que havia tombado e expunha um
emaranhado de raízes retorcidas.
– Há certas coisas que não compreendo – disse o
discípulo. – Como é possível que uma árvore tão forte,
com raízes assim robustas, tombe por causa da
tempestade, enquanto outras plantas frágeis continuam
de pé?
O mestre parou de caminhar e olhou ao seu redor,
como se procurasse alguma coisa. Depois de instantes,
disse ao discípulo:
– Vê aquela moita de bambus ali adiante, na
margem do caminho?
– Sim!
– Durante as grandes tempestades, as varas do
bambu se agitam de um lado para o outro, chegam quase
a tocar o chão. Elas se submetem à força dos ventos, mas,
quando a tormenta passa, estão novamente como sempre
estiveram, firmes e intactas, como se nada tivesse
acontecido.
O discípulo contemplou a moita a alguns metros de
distância. Por um instante, lembrou-se das pescarias que
fazia quando criança, usando uma fina vara de bambu.
Lembrou-se de como a vara vergava, sem jamais quebrar,
quando um peixe grande abocanhava a isca.
O mestre continuou:
– Já a árvore que acabamos de saltar não resistiu à
tempestade porque seu tronco, grosso e rígido, era
incapaz de se curvar. Ao longo de toda a sua vida, ela veio
resistindo, imóvel, às tempestades violentas, perdendo
muitas folhas e galhos. Até que, um dia, não pôde suportar
seu próprio peso e sucumbiu.
O discípulo, já habituado com as parábolas do
mestre, permaneceu em silêncio, aguardando o
ensinamento que estava por vir.
– Assim também é com os homens – prosseguiu o
mestre.
– Há os que procuram resistir às tormentas da vida
e se enrijecem, se agarram com todas as forças ao que
conhecem, recusam-se a mudar. E há os que aceitam as
adversidades, adaptam-se às circunstâncias e sofrem
mudanças, mas continuam inteiros.
‘‘Os primeiros temem as tempestades, mas não
conseguem evitá-las. Os segundos sabem que as
tempestades são inevitáveis, mas não as temem’’
(http://sucessocoach.com.br/a-grande-arvore-e-o-bambu/)
A finalidade do texto é: