“Eu admito a literatura claramente
participante. Se não faço isso é porque não é do meu
temperamento. A gente só pode fazer bem as coisas
que sente realmente. Os meus livros não se
preocupam com os fatos em si, mas com a
repercussão deles nos indivíduos. Isso tem muita
importância para mim. É o que faço. Acho que, sob
esse ponto de vista, eu também faço livros
comprometidos com o homem e a realidade do
homem, porque realidade não é fenômeno puramente
externo”.
LISPECTOR, Clarice. Entrevista retirada do livro O primeiro beijo e
outros contos – antologia. São Paulo:Ática, 1996. p. 5.
O trecho “era uma galinha de domingo. Ainda estava viva porque não passava das nove horas da manhã. Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio” refere-se ao conto “Uma galinha”, de Clarice Lispector, retirado do livro O primeiro beijo e outros contos, publicado pela editora Ática, de São Paulo, em 1996.
Em relação a esse conto, pode-se afirmar que: