SóProvas


ID
5009767
Banca
INEP
Órgão
ENEM
Ano
2021
Provas
Disciplina
História
Assuntos

    Porque todos confessamos não se poder viver sem alguns escravos, que busquem a lenha e a água, e façam cada dia o pão que se come, e outros serviços que não são possíveis poderem-se fazer pelos irmãos Jesuítas, máxime sendo tão poucos, que seria necessário deixar as confissões e tudo mais. Parece-me que a Companhia de Jesus deve ter e adquirir escravos, justamente, por meios que as Constituições permitem, quando puder para nossos colégios e casas de meninos.

LEITE. S. Historia da Companhia de Jesus no Brasil. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1938 (adaptado).

O texto explicita premissas da expansão ultramarina portuguesa ao buscar justificar a

Alternativas
Comentários
  • A colonização ibérica na América contou com apoio e colaboração da Igreja Católica. Enfrentando o movimento de Reformas em várias regiões da Europa, a Igreja Católica entendeu ser o movimento de expansão comercial marítima uma forma de, possivelmente, expandir a fé católica, equilibrando, assim, a perda de fiéis na Europa. 
    Nesta empreitada a Companhia de Jesus, mais conhecida como Ordem Jesuíta, teve papel crucial. Foi bastante importante, pela ótica ibérica, a ação dos jesuítas – e outras ordens – no sentido de “pacificação dos nativos" . Ou seja, no trabalho de controlar grupos nativos, evitando, sempre que possível, ataques aos colonizadores. 
    No entanto, criaram, ao mesmo tempo, um poder paralelo ao das coroas, utilizando a mão de obra nativa em seu proveito e atuando contra a escravização dos nativos pelos brancos. É fundamental, porém, observar que a Igreja Católica não se opunha à escravização de africanos. Os nativos eram considerados “puros, almas infantis" e, questionavam se os africanos teriam alma. Em relação a eles, a escravidão era válida e necessária para que os trabalhos braçais fossem feitos.
    A questão não é difícil e trata de uma tema clássico no estudo de história do Brasil : escravidão. Por conseguinte, o trecho justifica?
    A) INCORRETA- A propagação do ideário cristão era, sim, um dos objetivos da Igreja Católica na América Ibérica mas, não é o que está expresso no trecho. 
    B) INCORRETA- Na verdade o trabalho braçal é desconsiderado e entendido como necessário mas não nobre. Daí a associação entre trabalho e grupos sociais despossuídos, que precisam trabalhar para sobreviver. Não é a toa que a palavra “ trabalho" em português e espanhol é derivada do latim “ tripalium" , uma ferramenta de três pernas que imobilizava cavalos e bois para serem ferrados. Era também o nome de um instrumento de tortura usado contra escravos e presos, que originou o verbo tripaliare cujo primeiro significado era "torturar".
    C) CORRETA- O trecho mostra a justificativa para a utilização da mão de obra escrava para o trabalho na região colonial. A palavra “ cativa" está substituindo a palavra “ escrava", o que pode gerar dúvida, na medida em que “ cativo" pode não ser sinônimo de “ escravo".
    D) INCORRETA- A alternativa está um pouco desconexa das outras alternativas e leva o raciocínio para outra faceta de análise que seria uma prática do clero católico que não se relaciona com atuação de jesuítas e outras ordens na América Ibérica. 
    E) INCORRETA- Nas missões jesuíticas havia a prática de procurar alfabetizar os nativos. Vê-se isso em toda a América Ibérica , entre os nativos do Império Azteca e na Região dos Sete Povos das Missões entre Brasil e Argentina. Porém , este não é o tema do trecho
    .
    Gabarito do Professor: Letra C.
  • No texto, se apresenta uma justificativa para a utilização da mão de obra escrava para o trabalho na região colonial. É praticamente uma desculpa para escravizar povos em troca de trabalho braçal.

    Informação da professora/gabarito comentado: A palavra “ cativa" está substituindo a palavra “ escrava", o que pode gerar dúvida, na medida em que “ cativo" pode não ser sinônimo de “ escravo".

  • Letra C

    Embora a utilização do trabalho escravo tenha constituído a base da economia colonial, o trecho transcrito aborda um aspecto menor da escravidão, qual seja a utilização de cativos em trabalhos de pequena monta.

  • A Igreja Católica não se opunha à escravização de africanos. Os nativos eram considerados “puros, almas infantis" e, questionavam se os africanos teriam alma. Em relação a eles, a escravidão era válida e necessária para que os trabalhos braçais fossem feitos.

    A) INCORRETA- A propagação do ideário cristão era, sim, um dos objetivos da Igreja Católica na América Ibérica mas, não é o que está expresso no trecho. 

    B) INCORRETA- Na verdade o trabalho braçal é desconsiderado e entendido como necessário mas não nobre. Daí a associação entre trabalho e grupos sociais despossuídos, que precisam trabalhar para sobreviver. Não é a toa que a palavra “ trabalho" em português e espanhol é derivada do latim “ tripalium" , uma ferramenta de três pernas que imobilizava cavalos e bois para serem ferrados. Era também o nome de um instrumento de tortura usado contra escravos e presos, que originou o verbo tripaliare cujo primeiro significado era "torturar".

    C) CORRETA- O trecho mostra a justificativa para a utilização da mão de obra escrava para o trabalho na região colonial. A palavra “ cativa" está substituindo a palavra “ escrava", o que pode gerar dúvida, na medida em que “ cativo" pode não ser sinônimo de “ escravo".

    D) INCORRETA- A alternativa está um pouco desconexa das outras alternativas e leva o raciocínio para outra faceta de análise que seria uma prática do clero católico que não se relaciona com atuação de jesuítas e outras ordens na América Ibérica. 

    E) INCORRETA- Nas missões jesuíticas havia a prática de procurar alfabetizar os nativos. Vê-se isso em toda a América Ibérica , entre os nativos do Império Azteca e na Região dos Sete Povos das Missões entre Brasil e Argentina. Porém , este não é o tema do trecho

    .

    Gabarito do Professor: Letra C.

  • Letra C

    O texto inicia com o relato de que seria uma justificativa para a escravidão, pois afirma "não se poder viver sem alguns escravos".

  • Fiz essa questão por eliminação.

    O intuito do texto é falar sobre a ''importância'' dos escravos e que os homens precisavam deles para fazerem certas atividades (buscar água/lenha e etc). Sendo assim, o assunto base pra resposta tem relação com os escravos e não com os jesuítas. Por isso eliminei todos os itens e fiquei entre B e C, mas não fala propriamente sobre a valorização, em nenhum momento ele enaltece os escravos, apenas fala que precisam deles pra continuar a exploração (eles eram importantes pra explorar, mas nunca foram valorizados)

  • "Parece-me que a Companhia de Jesus deve ter e adquirir escravos, justamente, por meios que as Constituições permitem..."

  • Essa questão foi considerada difícil pelo TRI?

  • A questão dá a entender que era viável ter os escravos em algum ''estoque'' para usá-los quando necessário nos colégios e casas de meninos