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ID
5017615
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

    Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns; me persuadi também, portanto, de que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente verdadeira, todas as vezes que a enuncio […].

(René Descartes. Meditações, 1973.)


Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de Descartes que o levou ao cogito (“penso, logo sou”) foi 

Alternativas
Comentários
  • Descartes deixa claro que sua conduta se baseia no fato de que "há algum, não sei qual, mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda sua indústria em enganar-me sempre." Apesar de ser a base do método científico, que prevaleceria nos séculos seguintes em oposição ao pensamento escolástico, Descartes não negava a existência de Deus. Este Deus, porém, lhe enganava e era preciso encontrar uma verdade que se provasse verdadeira apesar de toda a enganação. Pensar, este ato mínimo e do qual não se pode duvidar, comprova uma verdade absoluta: Ao pensar, existo. Cogito ergo sum.


    Gabarito do Professor: Letra D.
  • Descartes tinha uma linha de raciocínio para explicar sua tese :

    Se há um Deus enganador e eu penso nele, e se pensar pressupõe existir, então eu existo. Esta tese do genio maligno leva Descartes a acreditar que ele existe, pois como ele poderia duvidar da própria existência, se é preciso existir para ter dúvidas ?

    LETRA D

    APMBB

  • Gênio maligno: ideia desenvolvida por Descartes sobre uma entidade poderosa que o enganaria o tempo todo. Mesmo que fossem empregados todos os seus poderes, ainda teríamos a certeza de algo – de que pensamos e, por consequência, que existimos.