Um paciente de 76 anos de idade apresenta, há seis meses,
queixa de dispneia progressiva, atualmente a pequenos
esforços menores do que habituais, associada a episódios de
ortopneia. Tem passado de duas cirurgias ortopédicas em
punhos, das quais não sabe muitos detalhes, sem outras
comorbidades, tabagismo ou história familiar de doenças
cardíacas. Ao exame físico, FC = 78 bpm, FR = 16 irpm,
SatO2 = 98%, com crepitações pulmonares em bases
pulmonares, ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas
em dois tempos e ausência de sopros, além de discreto edema
de membros inferiores. Não está em uso de nenhuma medicação contínua. Os exames iniciais do paciente,
realizados com radiografia de tórax, demonstram congestão
pulmonar, mas ausência de cardiomegalia; eletrocardiograma
em ritmo sinusal, com baixa voltagem em derivações dos
membros, sem outras alterações. O ecocardiograma
transtorácico evidencia átrio esquerdo de 42 mm de
diâmetro, ventrículo esquerdo com espessura do septo de 17
mm e parede posterior de 13 mm, com diâmetros diastólicos
e sistólicos da cavidade normais e fração de ejeção de 55%
pelo método de Simpson, sem alterações valvares.
A respeito desse caso clínico e tendo em vista os
conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir.
Durante a avaliação ecocardiográfica pela técnica de
Strain, a presença do sinal da cereja do bolo (ou apical
sparring), caracterizado pela alteração segmentar do
Strain apenas das porções apicais, favorece o
diagnóstico de amiloidose cardíaca.