- ID
- 5036302
- Banca
- CESPE / CEBRASPE
- Órgão
- CODEVASF
- Ano
- 2021
- Provas
- Disciplina
- Psicologia
- Assuntos
Caso clínico 13A1-I
Denis, de 15 anos de idade, estudante, foi encaminhado
pela escola para avaliação psicológica. De acordo com os pais
dele, Denis sempre foi um menino muito agitado e “esquisito”,
mas que "fazia o que precisava fazer" e parecia conseguir lidar
bem com isso. No atendimento psicológico, a mãe iniciou com o
seguinte relato: “Doutor, as coisas foram só piorando. Primeiro,
ele nunca gostou de dormir. Mexia e remexia a noite toda desde
pequeno. Sempre muito agressivo e impaciente. A gente percebia
que ele era mais agitado que o normal, pois temos outra filha e
ela era completamente diferente dele quando tinha a mesma
idade. O medo, Denis só apresentou depois; na verdade, o pavor
veio depois que a irmã se trancou, sem querer, no quarto. Denis
ficou incontrolável. Chorava e se batia, dizendo que nunca mais
veria a irmã. Nessa época, ele tinha 4 anos. Depois dessa
situação, ficou com muito medo de tudo. Certa vez, ele disse que
não entraria no carro, pois tinha medo de que colidisse contra um
ônibus. Mas cada dia era uma coisa diferente. Procuramos ajuda
na época, e ele foi acompanhado por psiquiatra e psicólogo.
Depois de 1 ano, recebeu alta. Mas ele sempre foi um menino
diferente. Na escola, as coisas pioraram de um ano pra cá: o
rendimento dele caiu, ele não consegue acompanhar as aulas e
não faz tarefas. Esse ano mesmo, já é repetente... é a terceira vez
que faz. Nunca teve amigos. Seu círculo social é pobre e não se
sustenta. É imaturo demais. Chama de amigo o garoto que
conheceu há dois dias na Internet. Passa muito tempo trancado no
quarto, envolvido com jogos e redes sociais. Está mais calado e
na dele. Já peguei Denis falando sozinho algumas vezes. Tem uns
comportamentos estranhos: há 3 meses, aproximadamente,
estávamos todos dormindo em casa. Era tarde da noite. Nossa
filha sentiu o cheiro de velas e correu pro quarto dele. A única
coisa que ele dizia era: 'Frente à treva, só a luz... Eu sou a luz do
mundo!’, enquanto segurava velas — e tinha mais umas 15
acessas em toda a casa. Foi preciso chamar o Corpo de
Bombeiros. Ninguém segurava ele" (sic).
O pai de Denis acrescentou: "Tem épocas que ele está
mais tranquilo. Mas já me disse que tem algo na sua cabeça que
não o deixa descansar, mas que não pode falar muito a respeito
‘por motivos de segurança’. Ontem, a coordenadora da escola nos
contatou. Pensávamos que tivesse relação com a queda de
rendimento, mas ela nos pediu que comparecêssemos à escola.
Na reunião agendada, nos contou que Denis foi pego se
autolesionando na hora do intervalo. Ao ser interrompido, não
falava coisa com coisa. Só dizia: 'Não me interrompam. Tenho
uma missão! Vocês saberão qual será minha verdadeira
identidade'" (sic).
Ainda com relação ao caso clínico 13A1-I, julgue o item a seguir, de acordo com o DSM-V, a CID-10 e a psicopatologia.
No que se refere às estratégias de suporte e prevenção no
caso de Denis, o apoio familiar e bom relacionamento
interpessoal constituem fatores de proteção para
comportamentos autolesivos com ou sem intenção suicida.