Questão sobre câmbio e inflação nos anos 1980.
Está certo, pessoal!
Note que a afirmação sequer especifica os efeitos, mas apenas o coloca como um problema político.
E foi, claro!
A desvalorização cambial pode ser positiva para os setores exportadores.
No entanto, para o público como um todo, para o consumidor, isso é um problema, afinal pressiona os preços dos produtos comercializáveis, encarecendo, por exemplo, alimentos.
E os anos 1980 são marcados por um processo hiperinflacionário na economia brasileira. Com inflação muito elevada, é preciso desvalorizar o câmbio constantemente para que a taxa de câmbio real não fique valorizada, de forma a evitar que haja comprometimento da situação externa da economia.
O problema, no entanto, é que esta desvalorização retroalimenta a inflação e isso precisa ser repassado para os salários de forma a manter o seu poder de compra.
Assim, no final, o governo se vê contra a parede: se desvaloriza o câmbio para conseguir manter equilibrado o balanço de pagamentos, isso pressiona a inflação e exige repasse aos salários, o que, por sua vez, gera mais pressão inflacionária e mais necessidade de desvalorizações cambiais.