SóProvas


ID
5081479
Banca
VUNESP
Órgão
CODEN
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Lições de vida

    Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. Sully virou herói e a lenda estava criada.
    Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções mais sensatas?
    Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully come- çou a duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?
    Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationalism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana.
     Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.
    Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento técnico e prático, mes- mo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor cartesiano.
    Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sullenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende que ele não basta para salvar o dia.
    E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabedoria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equa- ção matemática.
    As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas iluminações que só os seres humanos, e não as má- quinas, são capazes de entender.
    Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos 86 anos, traduziu essas imagens.

(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)

O sinal indicativo de crase está corretamente empregado na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: LETRA D

    Palavra masculina, crase não se anima

    E antes de verbo, crase sai de perto

    Antes de pronome, simplesmente some

    Palavra repetida, crase nem se aproxima

    Se é cardinal, crase passa mal

    Loc. feminina, aí crase combina

    E "à moda de", crase adora aparecer

    E na hora exata, crase novamente ataca

    Trocando "a" por "ao", crase é crucial

    Antes de mulher, crase se quiser

    FONTE: Colegas do QC..

  • O sinal indicativo de crase está corretamente empregado na alternativa:

    A) Graças à uma manobra muito arriscada, 155 pessoas foram salvas. (Uma: pronome indefinido)

    B) Sully preferiu confiar em sua vivência à seguir o manual de instruções (Seguir: verbo)

    C) A investigação do caso levou à várias suposições, entre elas, se Sully havia sido irresponsável. (Várias: palavra no plural)

    D) Clint Eastwood não se manteve insensível à enorme ousadia de Sullenberger. Correto. Caso fique com dúvida, substitua por uma palavra masculina:

    Clint Eastwood não se manteve insensível ao grande brio de Sullenberger.

    Obs.: "Brio": substantivo masculino 

    E) A princípio, a desconfiança na sua habilidade como piloto foi desfavorável à Sullenberger. (Sullenberger: nome próprio masculino)

    Espero ter ajudado!

    Alternativa correta: D

  • GABA D

    VUNESP É IGUAL A:

    • CRASE
    • COLOCAÇÃO PRONOMINAL
    • CONCORDÂNCIA

    de todas as provas dela que respondi, não me lembro de uma que não tinha esses 3. Então estude, PCSP vem aí!

    lembre-se dos casos que são proibido o uso da crase:

    • DIANTE DE VERBOS
    • DIANTE DE PRONOMES INDEFINIDOS
    • DIANTE DE PALAVRAS NO MASCULINO
    • DIANTE DE PALAVRAS NO PLURAL(com a crase no singular)
    • DIANTE DE PALAVRAS REPETIDAS
    • DIANTE DE CARDINAIS

    pertencelemos!

  • a) Graças à uma manobra muito arriscada, 155 pessoas foram salvas.

    Incorreto. A locução prepositiva "graças a" não é marcada com o sinal indicativo de crase porque a palavra seguinte é um artigo indefinido, que repele o "a". Correção: "Graças a uma manobra (...)";

    b) Sully preferiu confiar em sua vivência à seguir o manual de instruções

    Incorreto. Diante de verbos não ocorre o fenômeno crásico. Correção: "(...) a seguir o manual de instruções";

    c) A investigação do caso levou à várias suposições, entre elas, se Sully havia sido irresponsável.

    Incorreto. O pronome indefinido "várias" repele artigo "a", de modo que não há maneira de ocorrer a junção de dois "a" e, consequentemente, a crase. Correção: "(...) levou a várias suposições";

    d) Clint Eastwood não se manteve insensível à enorme ousadia de Sullenberger.

    Correto. O adjetivo "insensível" se funde com o artigo "a" que determina o adjetivo "enorme", resultando, pois, no fenômeno da crase;

    e) A princípio, a desconfiança na sua habilidade como piloto foi desfavorável à Sullenberger.

    Incorreto. Via de regra, é proibida a marcação da crase diante de nomes masculinos. Correção: "(...) desfavorável a Sullenberger".

    Letra D

  • Ajudem-me, pfvr. Esse "enorme" não é advérbio, ou seja, caso de crase proibida?

  • MEU DEUS EU NÃO ENTENDO SOCORRO

  • FAZENDO OBSERVAÇÕES SOBRE A LETRA "D" E LETRA "E"

    D)Clint Eastwood não se manteve insensível à enorme ousadia de Sullenberger.

    OBS: QUANDO EU LI ESA ASSERTIVA RAPIDAMENTE EU PENSEI " ENORME É PALAVRA MASCULINA" ENTÃO NÃO PODE CRASE e FOI AI O MEU ERRO . TEMOS QUE NOS ATENTAR QUE É PROIBIDO CRASE DIANTE DE SUBSTANTIVO MASCULINO, NESSA CASO , O ENORME É UM ADJETIVO DE DOIS GENEROS (FEMININO E MASCULINO) E ELE QUALIFICA A PALAVRA OUSADIA.

    EX: MINHA ENORME BOCA

    MEU ENORME PROBLEMA

    SE INVERTERMOS A FRASE FICA MAIS FACIL DE ANALISAR QUE A CRASE É RELATIVA À OUSADIA (PALAVRA FEMININA) E ENORME APENAS A QUALIFICA:

    Clint Eastwood não se manteve insensível à ousadia enorme de Sullenberger.

    E) Sullenberger de acordo com o texto , trata-se do nome do piloto (masculino) - não se usa crase antes de palavra masculina . CONTUDO saiba que é FACULTATIVO o uso da crase antes de nome de mulheres NÃO especificadas.

  • isso que dá não ler o texto... achei que Sullenberger fosse nome feminino kkkkkkkk

  • Isso que da não ler o texto... achei que Sullenberger fosse nome feminino kkkk

  • Questão que cobra algo bastante comum na maioria dos concursos públicos, que são os conhecimentos acerca do uso correto do sinal indicativo de crase. Trata-se de uma matéria da qual muitas pessoas sentem medo. Contudo, basta um pouco de paciência para que o concurseiro possa compreender esse tópico de modo a não errar mais.

     

    Uma coisa que ajuda muito a compreender em quais situações deve-se usar a crase pode ser resumida em duas fórmulas bem simples, que reproduzo abaixo:

     

    • Se vou a = volto da, crase há.

    Exemplo: Vou à praça. Volto da praça.

     

    Notem que uma fórmula simples ajuda no trabalho de memorização da máxima de que a crase é a junção do artigo a e da preposição a. Já o esquema abaixo nos ajuda a descobrir em quais situações a crase não deve ser usada.

     

    • Se vou a = volto de, crase para quê?

    Exemplo: Vou a São Paulo. Volto de São Paulo

    Aqui não se usa a crase.

     

    Por fim, se for possível substituir a palavra que está mais próxima da crase por um sinônimo no gênero masculino e se, a partir dessa substituição, o a se transformar em ao, a crase deve ser obrigatória na frase original, isto é, antes da substituição. E é exatamente esta a operação que deve ser feita para responder à questão proposta pelo enunciado. Sendo assim, pergunto: em qual alternativa é possível fazer tal substituição? Vamos analisar uma por uma?

     

    A) Manobra tem algum sinônimo no gênero masculino? Não. Portanto, esta alternativa está incorreta.

     

    B) Vivência tem algum sinônimo no gênero masculino? Não. Portanto, esta alternativa está incorreta.

     

    C) A regência do verbo levar, que, na alternativa, se encontra ao lado da crase pede preposição a, e não junção de preposição a e de artigo a. Portanto, esta alternativa está incorreta.

     

    D) Ousadia tem algum sinônimo no gênero masculino? Sim. Um deles é destemor. Vamos aplicar a regrinha da substituição, da qual falei acima?

     

    • Frase original: Clint Eastwood não se manteve insensível à enorme ousadia de Sullenberger.

     

    • Frase com substituição: Clint Eastwood não se manteve insensível ao enorme destemor de Sullenberger.
     

    Portanto, a alternativa D é a correta.

     

    E) Nesta alternativa, a palavra que se relaciona com a crase é desconfiança, que, por sua vez, não admite flexão de gênero. Portanto, a E está incorreta.

     

    Gabarito do Professor: Letra D.

  • Graças à uma manobra muito arriscada, 155 pessoas foram salvas.

    Não ocorrerá crase antes de artigos indefinidos.

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    Sully preferiu confiar em sua vivência à seguir o manual de instruções

    Não ocorrerá crase antes de verbos.

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    A investigação do caso levou à várias suposições, entre elas, se Sully havia sido irresponsável.

    A crase está no singular, e várias está no plural. Primeiro erro.

    Várias também é pronome indefinido, ou seja, não pode ocorrer crase.

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    Clint Eastwood não se manteve insensível à enorme ousadia de Sullenberger.

    Insensível a algo.

    Enorme pode ser tanto masculino quanto feminino.

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    A princípio, a desconfiança na sua habilidade como piloto foi desfavorável à Sullenberger.

    O nome está no masculino.

    Não pode crase.

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  • Se é desfavorável, é desfavoravel a alguem. Desfavoravel à Maria. Desfavoravel AO josé.

    Todavia, se vc tentou pagar de espertinho da mesma forma que eu tentei e não leu o texto, errou a questão, pq o queridissimo Sullerberger é HOMEM, pra mim é nitidamente nome feminino, mas fazer oq, se é homem não tem crase

  • Não dá pra saber se ''enorme'' é uma palavra masculina ou feminina. Posso dizer que foi um ''enorme erro''. Por isso não marquei a D

  • quanta questão repetida meu deus

  • gab d!

    Graças à uma manobra muito arriscada, 155 pessoas foram salvas.

    (proibido antes do artigo indefinido ''uma''

    Sully preferiu confiar em sua vivência à seguir o manual de instruções

    (proibido antes de verbo infinitivo ''seguir'')

    A investigação do caso levou à várias suposições, entre elas, se Sully havia sido irresponsável.

    (à singular / várias no plural. Não pode! precisaria ser na mesma flexão)

    Clint Eastwood não se manteve insensível à enorme ousadia de Sullenberger.

    (certo. regência nominal do adjetivo insensível)

    A princípio, a desconfiança na sua habilidade como piloto foi desfavorável à Sullenberger

    (proibido crase antes de nome prórpio masculino)