Questão 5105155

• Banca: FCC
• Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal
• Ano: 2018
• Provas: FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Psicólogo Organizacional
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Atenção: Para responder à questão de número, baseie-se no texto abaixo.

Juventude de hoje, de ontem e de amanhã

   A juventude é estranha porque é a velhice do mundo passada indefinidamente a limpo. Uma geração lega à outra um magma de erros e sabedoria, de vícios e virtudes, de esperanças e desilusões. O jovem é o mais velho exemplar da humanidade. Pesa-lhe a herança dos conhecimentos acumulados; pesa-lhe o desafio do que não foi conquistado; a inadequação entre o idealismo e o egoísmo prático; pesa-lhe o inconsciente da raça, esta sessão espírita permanente, através da qual cada homem se comunica com os mortos. 

   No encontro de duas gerações, a que murcha e a que floresce, há uma irrisão dramática, um momento de culpas, apreensões e incertezas. As duas figuras se contemplam: o jovem é o passado do velho, e este é o futuro que o jovem contempla com horror. Assim, o momento desse encontro é um espelho cujas imagens o tempo deforma, sem que se desfaça, para o moço e para o velho, a sinistra impressão de que as duas figuras são uma coisa só, um homem só, uma tragédia só. 

   O poeta romântico inglês Shelley poderia ser o padrão do adolescente de todas as épocas: nasceu de família respeitável e rica, foi bonito, sincero, revoltado, idealista, violento, amoroso, apaixonado pela vida e pela morte, inteligente, confuso e, sobretudo, de uma sensibilidade crispada. Não era um monstro: seus atos eram a consequência lógica de suas ideias, da lealdade às suas crenças. E enquanto escrevia versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social, atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia, as leis vigentes, o farisaísmo universal. 

(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. O amor acaba. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 135-136)

O poeta inglês Shelley, segundo o autor do texto, poderia ser o padrão do adolescente de todas as épocas porque nele

• A. o espírito revoltoso de um marginalizado fazia dele uma personalidade arrebatada pelos mais ferozes ressentimentos.
• B. a sensibilidade à flor da pele fazia com que ele se dedicasse plenamente ao culto dos mais altos ideais.
• C. as qualidades negativas deixavam em segundo plano as positivas, o que favorecia sua expressão romântica.
• D. os impulsos amorosos, idealistas e esperançosos conviviam com duras invectivas contra o que julgasse maligno.
• E. as intenções críticas mais contundentes acabavam sucumbindo ao lirismo e à índole mística de seu temperamento.

Gabarito: D

Comentários

• "Não era um monstro: seus atos eram a consequência lógica de suas ideias, da lealdade às suas crenças. E enquanto escrevia versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social, atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia, as leis vigentes, o farisaísmo universal."

  gab letra D

• Tendi foi nada. Gab D

• Ótima reflexão!!!

  Nao esta muito distante do que é agora e, talvez, continuará pra sempre rs

• Significado de Invectiva

  Expressão violenta e injuriosa; insulto, ofensa, objurgatória: proferir invectivas contra alguém.Ação ou efeito de invectivar, de atacar alguém com injúrias, insultos.

  Passagem do texto: "...atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia..."

  É semelhante ao que a alternativa D traz ao falar de "duras invectivas"

• E enquanto escrevia versos musicais, fecundados de amor cósmico (impulsos amorosos), esperança (esperançosos) e idealismo social (idealistas), atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia, as leis vigentes, o farisaísmo universal (o que julgasse maligno).

  D) os impulsos amorosos, idealistas e esperançosos conviviam com duras invectivas contra o que julgasse maligno.

• "E enquanto escrevia versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social, atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia, as leis vigentes, o farisaísmo universal. "

  Nessa passagem, o texto deixa claro que Shelley sabia conjugar a vida idealizada, o amor e a esperança - frutos de seus trabalhos como poeta - com os impulsos contra ordem vigente dos monarquistas, do clero e do farisaismo.

  A única alternativa que reafirma essa noção é a letra D.

  A alternativa A e B fala apenas do espírito revoltoso e sensibilidade, mas não da característica revolucionária.

  A alternativa C considera que uma está em segundo plano em relação à outra, mas não é o que o texto diz.

  E a Alternativa E considera que uma sucumbe a outra, quando, na verdade, ambas são conjugadas.

• faz sentido ser uma prova para psicólogo kk.