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ID
5120110
Banca
IBADE
Órgão
SEE-AC
Ano
2020
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Em 1910, um motim tomou o comando dos dois principais navios de guerra da marinha brasileira, o São Paulo e o Minas Gerais. Sobre o episódio conhecido como a Revolta da Chibata, liderada por João Candido, Francisco Dias e o cabo Gregório, podemos afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Revolta da Chibata- discriminação racial

  • A) a Revolta teve motivos exclusivamente econômicos (ERRADO, pois a revolta teve muito mais motivos sociais). Os baixíssimos salários recebidos pelos marinheiros, um dos mais baixos de todas as Forças Armadas, causaram a revolta e mobilizaram a opinião pública em favor dos amotinados.

    B) foi motivada pela perseguição que os capoeiristas sofriam da cidade do Rio de Janeiro, uma vez que grande parte dos membros das famílias dos marinheiros estavam presos por se envolverem com rodas de capoeira. ERRADO

    C) os motins foram motivados por um grupo de marinheiros monarquistas que desejavam a derrubada do recém-constituído regime republicano e o retorno do modelo monárquico no Brasil. ERRADO

    D) trouxe à tona a discriminação racial e o conflito de classes no interior da Marinha: enquanto os marinheiros eram negros e provinham de classes humildes, os oficiais eram membros de famílias ricas que no passado tinham a seu serviço negros ou mestiços na condição de escravos ou libertos. CORRETO

    E) os marinheiros foram mobilizados por líderes políticos e militares que faziam ferrenha oposição ao governo do presidente Hermes da Fonseca. Este por sua vez, cortou verbas da marinha para estrangular financeiramente os seus adversários políticos. ERRADO

    Gab: letra D

    A Revolta representava muito mais que uma insatisfação contra uma punição violenta, mas também contra o racismo e a desigualdade social, pois a camada dos superiores na Marinha naquele momento era somente formada por brancos, enquanto que os soldados rasos eram, em maioria, formados por negros e mulatos.

    Quando o movimento se iniciou, os soldados tomaram controle dos encouraçados São Paulo e Minas Gerais no dia 22 de novembro de 1910, eles apontaram os canhões dos navios para o Rio de Janeiro e ameaçaram atirar caso suas reivindicações não fossem aceitas. O manifesto de reivindicações enviado ao presidente Hermes da Fonseca (1910-1914) foi provavelmente escrito pelo marinheiro Adalberto Ferreira Ribas.

    Durante as negociações, foi prometido aos soldados que suas reivindicações seriam aceitas e que os envolvidos seriam anistiados, entretanto essas promessas não foram cumpridos e a revolta foi sufocada com violência e os envolvidos foram presos na Ilha das Cobras e outros foram transferidos para um navio que foi enviado para o Acre e lá realizaram trabalhos forçados em seringais e em uma ferrovia que estava sendo construída na região.

    FONTE: HISTORIADOMUNDO.COM.BR

  • A Revolta da Chibata (1910)

    Embora a Lei Áurea sepultasse a escravidão em 1888, a aplicação de castigos corporal sobreviveu na Marinha até o início do período republicano. Vale destacar que boa parte da marujada era composta por homens negros e pobres, enquanto os oficiais eram muitas vezes descendentes de famílias ligadas à nobreza do Segundo Reinado. O passado escravocrata, que a República fizera tanto esforço para esquecer, ainda assombrava o país.

    Após um marinheiro ser penalizado com 250 chibatadas, seus colegas tomaram o navio de guerra Minas Gerais em 1910, tendo como líder o marinheiro João Cândido – homem de baixa posição na hierarquia militar, mas que se torna conhecido como Almirante Negro. Pouco tempo depois, os marinheiros das embarcações São Paulo e Bahia também se juntariam aos revoltosos. 

    Mirando suas armas para o Rio de Janeiro, os revoltosos exigiam o fim dos castigos corporais e melhores condições de trabalho e soldo. Hermes da Fonseca, então presidente da República, aprovou a anistia dos revoltosos e sinalizou acatar suas reivindicações, levando João Cândido e seus companheiros a devolverem os navios.

    Contudo, o presidente não cumpriu sua promessa, e 17 marujos – entre eles, João Cândido – foram encarcerados na Ilha das Cobras, onde foram mantidos sem alimento ou água por três dias. Apenas João Cândido e um colega não morreram de asfixia no local, e ambos foram expulsos da Marinha. A partir daí, o “Almirante Negro” passou a viver como pescador, em condições extremamente miseráveis, até falecer em 1969, aos 89 anos.

  • A marinha tratava os marinheiros como escravos.