- ID
- 5141626
- Banca
- ADM&TEC
- Órgão
- Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Higiene básica em hospitais
A falta de práticas básicas de higiene como a lavagem das mãos
em ambiente hospitalar é apontada como a principal causa para
a disseminação de bactérias multirresistentes como a Klebsiella
pneumoniae, que ganhou as manchetes por causar mortes em
Brasília e na Paraíba.
O contato direto por pele com pacientes colonizados -
portadores das bactérias capazes de desenvolver a infecção - ou
que já tenham desenvolvido a infecção é o que deve ser evitado,
segundo especialistas em enfermagem, reunidos em debate
sobre infecção hospitalar realizado pela Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp) semana passada, na capital paulista.
A superbactéria é resistente a antibióticos por causa de uma
enzima conhecida como KPC, podendo ir de pessoa a pessoa
por um mecanismo conhecido como contaminação cruzada.
"A gente tem que investir nas medidas de prevenção, pois há
risco de transmissão do paciente positivo para aquele sem KPC",
afirma Luciana de Oliveira Matias, enfermeira e integrante do
Centro de Controle de Infecções Hospitalares da Unifesp. "Se o
profissional examina alguém com a bactéria, mas não higieniza
as mãos, não limpa o instrumental, a possibilidade de
transmissão aparece."
Segundo a especialista, é preciso reforçar a diferença entre
portar a bactéria e desenvolver a doença. "A pessoa pode estar
colonizada, mas não necessariamente desenvolver a doença", diz
a enfermeira. "Fatores como idade, uso de antibióticos e a
condição da defesa do corpo da pessoa pesam para a doença se
desenvolver ou não."
A diretora de Enfermagem do Hospital São Paulo, Maria Isabel
Carmagnani, chama a atenção para a responsabilidade com
aqueles mais vulneráveis a infecções hospitalares. "É aquele
mais debilitado que irá sofrer. A maioria de nós pode ser
colonizada, mas o paciente com imunidade reduzida é mais
fraco. Mesmo que o portador não desenvolva o problema, pode
passá-lo a outra pessoa", afirma.
Qualquer pessoa em ambiente hospitalar está sujeita a ter
contato com bactérias, porém é possível identificar grupos de
risco. "Soropositivos, pacientes recebendo quimioterapia,
transplantados e aqueles hospedados em UTIs são mais
suscetíveis a contrair a KPC", afirma Luciana.
PREVENÇÃO X TRATAMENTO
A atenção para medidas de barreira para diminuir o contato de
pele entre o portador da bactéria produtora de KPC e pessoas
não colonizadas é o principal desafio das equipes hospitalares,
pelo menos enquanto a capacidade dos antibióticos atuais não é
aumentada.
"Para quem trabalha na área, é fundamental observar as
precauções de contato. Lavar as mãos antes de entrar em
contato com o paciente. No caso da KPC, especificamente, usar
luvas e avental de manga longa", diz Luciana.
Para Sonia Regina Ferreira, professora de enfermagem no
Hospital São Paulo, a segurança dos pacientes dentro de
hospitais é uma questão corporativa. "Ao adotar uma política de
instituição, por exemplo, não sair do ambiente hospitalar com o
avental, com o tempo os funcionários passam a saber que
precisam tomar cuidado."
"Infecções são quase sempre tratáveis, há bom investimento no
tratamento de infecções. O problema é quanto à prevenção.
Falta focar nas medidas de prevenção como não deixar faltar
material básico, higienização", afirma Luciana. "O perigo está na
transmissão de infecção. Ao entrar no ambiente hospitalar, já
corro esse risco. Se o profissional que se aproximar também não
fizer a higienização das mãos, é possível pegar infecção de outro
paciente."
Adaptado. Disponível em: https://glo.bo/2VOzBYG (acesso em
15/10/2019).
Com base no texto 'Higiene básica em hospitais', leia as
afirmativas a seguir:
I. No texto, Luciana de Oliveira Matias afirma que, se o profissional
examina alguém com a bactéria Klebsiella pneumoniae, mas não
higieniza as mãos, não limpa o instrumental, a possibilidade de
transmissão aparece.
II. O texto informa que, para Luciana de Oliveira Matias, ao entrar no
ambiente hospitalar, o indivíduo corre o risco de ser infectado pela
bactéria Klebsiella pneumoniae. Assim, ainda que um profissional
que se aproximar fizer a higienização das mãos ele irá,
necessariamente, contrair a infecção de outro paciente.
III. O autor do texto diz que, segundo Luciana de Oliveira Matias,
existe uma diferença entre portar a bactéria e desenvolver a
doença, pois a pessoa pode estar colonizada, mas não
necessariamente desenvolver a doença.
Marque a alternativa CORRETA: