Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Disponível em http://www.releituras.com/aprado_bio.asp
Ainda sobre o texto II, julgue as afirmativas a
seguir.
( )O texto aborda a problemática do indivíduo
como ser social, mas a partir da voz da
mulher e as estratégias usadas para impor
seu silenciamento.
( )Trata também do modo como a mulher é vista
na sociedade. Problematiza assim, a
condição subjugada e vigente da mulher.
( )Aborda a afirmação da passividade da mulher,
embora seja citada a possibilidade do
empoderamento feminino.
( )Há um certo tom narrativo empregado pelo
eu-lírico para apresentar-se.
A sequência CORRETA é