- ID
- 5154358
- Banca
- IPEFAE
- Órgão
- Prefeitura de Águas da Prata - SP
- Ano
- 2021
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Por que os seres humanos estão perdendo o equilíbrio
Laura Plitt
BBC News Mundo
26 dezembro 2020
De acordo com um relatório da Organização
Mundial da Saúde de 2018, cerca de 646 mil pessoas
morrem a cada ano por isso, enquanto 37,3 milhões de
quedas são graves o suficiente para exigir cuidado
médico.
O número não apenas é grande, mas dobrou nas
últimas duas décadas, e a idade em que as quedas
geralmente começam a ocorrer (normalmente em adultos
com mais de 60 ou 65 anos) está diminuindo.
As estatísticas mostram que, em parte, os seres
humanos estão perdendo a capacidade de se manter em
equilíbrio, uma habilidade tão natural que raramente nos
damos conta de todos os processos envolvidos.
Embora manter o corpo ereto e em equilíbrio seja
algo natural para nós, é uma atividade que aciona vários
processos físicos e cognitivos que se retroalimentam. "O
equilíbrio requer uma série de informações sensoriais",
explica à BBC News Mundo, serviço em espanhol da
BBC, Dawn Skelton, professora do departamento de
Fisioterapia e Paramedicina da Universidade Glasgow
Caledonian, no Reino Unido.
"A visão é um dos elementos principais, mas não
o único. Seus olhos trabalham com seus ouvidos, e o
sistema vestibular do ouvido interno (uma série de
canais com fluidos que se movem quando mexemos a
cabeça, para informar ao cérebro em que direção se
encontra e quão rápido se move)."
O grande problema é a mudança em nosso estilo
de vida, que se tornou muito mais sedentário desde a
infância e, com isso, as oportunidades de praticar foram
reduzidas. "Há duas gerações, a maioria das crianças ia
andando para a escola, e não sentadas em um carro. E
hoje nas escolas se pratica muito menos atividade
física", observa Skelton.
A vida fora da escola segue padrões
semelhantes, com atividades centradas principalmente
em torno de uma tela. Se você ficar olhando para uma
tela, sua visão será afetada. Olhar por muito tempo para
algo que está perto de você, vai fazer com que você se
torne míope, porque você não está usando os olhos para
olhar mais longe, e a visão faz parte do mecanismo de
equilíbrio. Se você não consegue ajustar rapidamente a
visão de algo que está próximo para algo que está
distante, seu equilíbrio será prejudicado."
Se os mecanismos que estão envolvidos nesta
função não têm tempo de se desenvolver completamente
quando somos jovens e, na vida adulta fazemos
trabalhos sedentários que não representam um desafio
para o equilíbrio, quando chegamos à velhice, a
vulnerabilidade às quedas aparece mais rápido,
argumenta a especialista. "Minha preocupação não é
apenas o equilíbrio, mas o que vai acontecer com os
índices de fratura. Como não construímos densidade
óssea suficiente, elas vão acontecer mais cedo também."
No fim das contas, ela conclui, se trata de um
conceito muito simples: o que você não usa, você perde. "Quando você deixa de usar seus músculos, eles
desaparecem, e o mesmo acontece com a densidade
óssea. Em uma semana, você pode perder até 1%, e pode
demorar um ano para recuperá-la."
Outros fatores que afetam o equilíbrio têm a ver
com nosso estado emocional e saúde mental. "O perfil
físico de pacientes com esquizofrenia é caracterizado por
uma marcha lenta e uma passada reduzida; o daqueles
que apresentam transtornos de ansiedade é
caracterizado por distúrbios do equilíbrio; e daqueles que
sofrem de depressão, por uma marcha lenta e uma
postura encurvada", diz um estudo publicado no início
deste ano por uma equipe de pesquisadores liderados
por Ron Feldman, do Departamento de Anatomia e
Antropologia da Escola de Medicina Sackler da
Universidade de Tel-Aviv, em Israel.
No caso das pessoas com depressão, como
tendem a acomodar a cabeça — cujo peso médio varia
entre 5 e 6 kg — mais para frente, todo o peso do corpo é
inclinado nessa direção, o que facilita a perda de
equilíbrio, principalmente porque nossa base (no caso,
os pés) é relativamente pequena em relação ao tamanho
do corpo.
Além disso, "como as pessoas deprimidas
tendem a dar passos mais curtos, sem levantar muito os
pés, é mais provável que tropecem", explica Skelton.
Em relação à ansiedade, os músculos estão em
estado de alerta constante devido à circulação da
adrenalina. "Isso significa que o sistema nervoso está
muito alerta, concentrado no que pode ou não acontecer,
mas não em manter o equilíbrio", explica a pesquisadora.
(...)
FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55106089
Na passagem “De acordo com um relatório da
Organização Mundial da Saúde de 2018, cerca de 646 mil
pessoas morrem a cada ano por isso, enquanto 37,3
milhões de quedas são graves o suficiente para exigir
cuidado médico”, considerando o contexto, refere-se ao
fato de que: