A Revolta Praieira (1848-1850)
Além das revoltas liberais de 1842 ocorridas em São Paulo e em Minas Gerais, o Império também enfrentou um conflito armado em Pernambuco, a Revolta da Praieira (1848-1850). Nesta província, os partidos políticos Liberal e Conservador eram respectivamente encabeçados por duas famílias que disputavam o negócio do açúcar, os Cavalcanti e os Rego-Barros.
Diante disso, comerciantes, outros senhores de engenho, lavradores e profissionais liberais se organizaram no Partido Nacional de Pernambuco, em 1842. E como uma de suas lideranças mantinha um jornal situado na Rua da Praia, não demorou para que se tornassem conhecidos como praieiros.
Entre 1844 e 1845, o Partido da Praia conquistou boa parte das cadeiras da Assembleia Provincial, além de ser beneficiado com a nomeação de Antônio Pinto Chichorro da Gama para a presidência da província, nome escolhido pelo gabinete liberal e aliado dos praieiros.
Uma vez no poder, os praieiros promoveram uma onda de perseguições aos conservadores, pejorativamente apelidados por eles de guabirus, como eram conhecidos os ratos daquela região. O período é marcado por levantes antilusitanos e propagandistas do socialismo, o que leva o presidente da província a ser retirado do poder.
O gabinete conservador que regia o governa central naquele momento indicou um nome de seu partido para substituir Chichorro da Gama, que não foi aceito pelos praieiros. Influenciados pelas Revoluções de 1848 que se espalhavam pela Europa, produziram um documento chamado de “Manifesto ao Mundo” (1849), no qual expunham suas principais exigências:
▪ voto livre e universal;
▪ plena liberdade imprensa;
▪ garantia de trabalho para os cidadãos;
▪ nacionalização do comércio (devido ao sentimento antilusitano);
▪ extinção do poder moderador; ▪ instauração do federalismo;
▪ garantia de direitos individuais para os cidadãos.
Liderados pelo senhor de engenho Pedro Ivo e pelo jornalista Borges da Fonseca, os praieiros enfrentaram tropas governistas por aproximadamente um ano, mas foram derrotados em 1850. Das lideranças aprisionadas, dez foram condenadas à prisão perpétua, mas anistiadas em 1851.
A Revolta Praieira foi o último movimento liberal armado a defender o federalismo.