3 Atributos da redação oficial
A redação oficial deve caracterizar-se por:
clareza e precisão; objetividade; concisão; coesão e coerência; impessoalidade; formalidade e padronização; e uso da norma padrão da língua portuguesa.
3.5 Impessoalidade
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação é sempre feita em nome do serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que as comunicações elaboradas em diferentes setores da administração pública guardem entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a outra entidade pública. Em todos os casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; e
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural não caber qualquer tom particular ou pessoal.
Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.
Esta
questão exige do candidato conhecimento acerca dos atributos da redação oficial.
O Manual de Redação da Presidência da República lista sete características fundamentais que um
texto precisa ter: clareza e precisão; objetividade; concisão;
coesão e coerência; impessoalidade; formalidade e padronização; e uso da
norma culta padrão da língua portuguesa.
I. A
coesão e a coerência favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os
elementos de um texto. Esse tem coesão e coerência quando, ao ser lido, se
verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando
continuidade uns aos outros. Assim, verificamos que esta afirmativa está correta.
II. O atributo da impessoalidade estabelece que a redação oficial seja elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos, mas nada afirma acerca da obrigatoriedade de usar sempre terceira pessoa do singular. Desse modo, esta afirmativa é incorreta.
III. A
formalidade está relacionada à digitação sem erros (uso da norma culta) e à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação, ou seja, a formalidade que é dada a partir do emprego dos pronomes de tratamento. Dessa forma, inferimos que esta afirmativa está correta.
Com base na análise acima, verificamos que estão corretas as afirmativas I e III. Portanto, a alternativa que responde este item é a letra E.
Gabarito do Professor:
Letra E.