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ID
5247337
Banca
IDCAP
Órgão
Prefeitura de Pedrão - BA
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 01

O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

SERENIDADE E DISCRIÇÃO NA CALMARIA DA ALMA

(1o§) Optei pelo silêncio e me mantenho em silêncio. Parei de falar quando percebi que ninguém estava disposto a me ouvir. Daí, então, passei a me sentir mais tranquilo, não somente pelo silêncio da voz, mas pelo silêncio interior. Juntei os dois para entender os outros na forma incrível de falação.

(2o§) Optei pelo silêncio, pois vejo a importância de recatar o que eu sou no que sinto e naquilo que faço. O falar é a prata das emoções, enquanto o calar representa o ouro no peso do seu quilate, logo, tem maior valor.

(3o§) Parei de me importar quando silenciei, pois percebi que milhares de bobagens são desprezíveis para quem se ocupa com o que há de maior valor para os humanos. Parei de dar meu máximo para quem não me dava nem o mínimo. Parei de verdade!

(4o§) Optei pelo silêncio e me mantenho em silêncio. Simplesmente parei de dar meu melhor para as pessoas que não mereciam nem parte disso. Parei de me importar com aqueles que demonstraram viver bem sem meu carinho. Escolhi parar. Acredite! Saiba que foi a melhor escolha que eu poderia ter feito.

(5o§) Parei de me importar quando silenciei. Não acumulei mágoas nem rancores vis, porque está longe de mim guardar sentimentos amargos, por isso parei. Pare com a ideia de que não pode parar.

(6o§) Ao parar de escolher quem na verdade nunca me escolheu, comecei a refletir mais e a ouvir a voz do meu coração. Pare e reflita! Busque edificar sua sabedoria!

(https://www.pensador.com/frase/MTc4NzMzOQ/) (Acesso 13.05.2021) (Texto adaptado) -

https://www.pensador.com/frase/MTc4NzMzOQ/

A repetição da oração: "Optei pelo silêncio" exemplifica uso da figura de linguagem denominada:

Alternativas
Comentários
  • Em palavras breves, as figuras de linguagem são recursos expressivos utilizados com objetivo de gerar efeitos no discurso. Dentro do extenso grupo em que se arrolam esses recursos, existem quatro subdivisões: figura de palavra, figura de construção, figura de sintaxe e figura de som.

    O próprio enunciado fornece a resposta ao mencionar que há repetição de uma estrutura. A anáfora caracteriza a repetição de uma palavra ou grupo de palavras no início de duas ou mais frases sucessivas, para enfatizar o termo repetido. 

    a) Silepse.

    Incorreto. A silepse é a concordância feita ideologicamente, ou seja, com termos não explícitos na estrutura. Há três tipos: de número, gênero e pessoa. Ei-los:

    I - Número (normalmente o sujeito será termo no singular, mas o verbo se flexionará no plural)

    Ex.: “Povoaram os degraus muita gente de sorte." (Camilo Castelo Branco)

    II - Gênero (há discordância de gênero entre artigos, pronomes, adjetivos, substantivos)

    Ex.: “Conheci uma criança... mimos e castigos pouco podiam com ele.” (Almeida  Garret)

    III - Pessoa (há discordância entre sujeito e verbo)

    Ex.: “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.” (Machado de Assis)

    b) Anáfora.

    Correto. Vide acima;

    c) Metonímia.

    Incorreto. A metonímia pode ser definida como relações reais de ordem qualitativa que levam a empregar metonimicamente uma palavra por outra, a designar uma coisa com o nome de outra. Exs.: ler Raul Pompeia (ler a obra de Raul Pompeia), ingerir o copo de cachaça (ingerir o líquido, a cachaça).

    d) Eufemismo.

    Incorreto. O eufemismo é o emprego de uma palavra ou expressão branda para se evitar o teor desagradável da mensagem. Exs.:

    “Agora que o meu pobre amigo jaz a dormir o derradeiro sono.” (Monteiro Lobato)

    “E lá apanhei a doença que me pôs a noite nos olhos.” (Monteiro Lobato)

    Respectivamente, há eufemismo para a morte e para a cegueira.

    Letra B

  • A questão é de figura de linguagens e quer saber qual o nome da figura de linguagem repetida "Optei pelo silêncio", que está presente no início dos versos. Vejamos:

     .

    A) Silepse.

    Errado.

    Silepse: ocorre esta figura quando efetuamos a concordância não com os termos expressos, mas com a ideia a eles associada em nossa mente.

    A silepse, ou concordância ideológica, pode ser:

    a) de gênero: Vossa Majestade será informado acerca de tudo. [Vossa Majestade = o rei]

    b) de número: "Corria gente de todos os lados, e gritavam."

    c) de pessoa: Ele e eu temos a mesma opinião. [ele e eu= nós]

     .

    B) Anáfora.

    Certo. Trata-se de uma anáfora, já que o termo "optei pelo silêncio" aparece repetido no início de 3 versos.

    Anáfora: em estilística, é a repetição de uma palavra ou grupo de palavras no início de duas ou mais frases sucessivas, para enfatizar o termo repetido. Ex.: Quando não tinha nada, eu quis / Quando tudo era ausência, esperei / Quando tive frio, tremi / Quando tive coragem, liguei (Chico César)

     .

    C) Metonímia.

    Errado.

    Metonímia: consiste em usar uma palavra por outra, com a qual se acha relacionada. Essa troca se faz não porque as palavras são sinônimas, mas porque uma evoca a outra. Há metonímia quando se emprega, por exemplo:

    O autor pela obra: Nas horas de folga lia Camões. [Camões = a obra de Camões]

     . .

    D) Eufemismo.

    Errado.

    Eufemismo: consiste em suavizar a expressão de uma ideia triste, molesta ou desagradável, substituindo o termo contundente por palavras ou circunlocuções amenas ou polidas.

    Ex.: Fulano foi desta para melhor. [= morreu]

     .

    Referência: CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 48.ª edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

     .

    Gabarito: Letra B