O solo consiste na
camada superficial da Terra, oriundo dos processos de intemperismo e
decomposição das rochas. O mesmo é formado por uma fase sólida, composta de
matéria orgânica e inorgânica; uma fase líquida, associada à água ou outra solução
presente no solo; e uma fase gasosa, correspondente aos gases no solo.
O ensaio de
penetração padrão (tradução da expressão inglesa “standard penetration test",
conhecido popularmente como SPT, é responsável pela determinação do
índice de resistência à penetração do solo (N ou NSPT), a
estratigrafia dos solos (permitindo classificá-los) e a posição do nível
d'água.
Especificamente, o
índice de resistência à penetração do solo é o principal resultado do ensaio
SPT. A metodologia do ensaio SPT consiste em registrar, a cada metro e
separadamente, o número de golpes necessários para a penetração de três
segmentos de 15 cm de um amostrador padrão no solo. Tais golpes devem ser
realizados utilizando um martelo com massa de 65kg, o qual cai de uma altura de
75 cm. Com isso, a energia do ensaio é padronizada. Especificamente, o
NSPT corresponde aos golpes necessários para a cravação dos 30 cm
finais de um amostrador padrão, após cravá-lo 15 cm inicialmente. O ensaio
SPT é regulado pela ABNT NBR 6484 (2020).
A ABNT NBR 8036 (1983),
intitulada "Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos
para fundações de edifícios - Procedimento", trata sobre o número e a
locação das sondagens em sua seção 4.1.1, estabelecendo que:
“4.1.1 Número e locação
das sondagens
4.1.1.1 O número de
sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de suas
características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de
sondagens deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da
provável variação das camadas do subsolo do local em estudo.
4.1.1.2 As sondagens devem
ser, no mínimo, de uma para cada 200 m² de área da projeção em planta do
edifício, até 1.200 m² de área. Entre 1.200 m² e 2.400 m² deve-se fazer
uma sondagem para cada 400 m² que excederem 1.200 m². Acima de 2.400 m² o
número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da
construção. Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser:
a) dois para área da
projeção em planta do edifício até 200 m²;
b) três para área entre
200 m² e 400 m².
(...)".
Para uma área de 1.500 m²,
é necessário um furo para cada 200 m² de área até 1.200 m², o que equivale a
6 furos. Para os 300 m² restantes não é necessário nenhum furo,
visto que para áreas entre 1.200 m² e 2.400 m² deve-se prever um furo a cada
400 m² que excederem 1.200 m². Como os 300 m² não excedem 400 m², tem-se um total
de 6 furos. Assim, a alternativa C está correta.
Nessa questão, é preciso
se atentar para o fato de que o furo adicional deve ser considerado apenas se a
área extra além dos 1.200 m² exceder 400 m². Caso ela não exceda, não se deve
arredondar para cima o número mínimo de furos.
Gabarito do Professor: Letra
C.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 6484: Solo — Sondagem de simples
reconhecimento com SPT — Método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 8036: Programação de sondagens de simples
reconhecimento dos solos para fundações de edifícios - Procedimento. Rio de
Janeiro: ABNT, 1983.