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ID
5251537
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão.


    É conceito da moda. Usam em encontros motivadores. Na Física, é a volta à forma original após uma deformação. O termo se origina da capacidade de ricochetear, de saltar novamente. Por extensão, usamos para falar de quem sofre pressão e consegue manter seus objetivos.
    Uma pessoa resiliente ideal teria três camadas. Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem descontrole, experiencia a dor e continua de pé. A primeira etapa da resiliência é administrar o golpe, o revés, o erro, a decepção. O tipo ideal que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é de fato) mais forte do que as ondas das adversidades.
     O segundo estágio é a recuperação/aprendizagem. Combinam-se os dois conceitos. Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda recupero a posição anterior ao golpe com o acréscimo de algo novo. Toda dor contém sua lição. Ninguém duvida disso. O resiliente consegue aprender com o golpe sentido.
   O terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da consciência a partir do aprendizado. O tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. Não existe lamúria ou sofrimento para o mundo. A dor existe, foi sentida, houve reação com aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio.
    É bom descrever tipos perfeitos. Quase sempre são inexistentes. São como a biografia de santos medievais: sem falha, diamantes sem jaça; modelos e, como tal, inatingíveis. Existe um propósito didático de mostrar a perfeição para nós que chafurdamos no lodo da existência banal. Todos temos graus variados de resiliência diante da vida. Ninguém é o tipo ideal. Uma coisa não invalida a outra.
    Como narrativa de santos, o modelo perfeito serve como para indicar o ponto no qual não me encontro, porém devo reagir para almejá-lo. Sempre é bom ser resiliente e todos os palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em algum grau, épico ou homeopático, é impossível enfrentar o mundo.
    O conto extraordinário de Kafka, Um Artista da Fome, fala de um homem com extrema resiliência para aguentar jejuns prolongados. Era um herói! Ao final, emitiu a verdade surpreendente. Ele não era um homem de vontade férrea, apenas nunca havia encontrado um prato que… o seduzisse realmente. Seu paladar nunca fora tentado. Creio ser a receita geral da resiliência: a serenidade diante das coisas que, na verdade, não nos atingiram. Esperança ajuda sempre.

(Leandro Karnal. Os heróis da resiliência. Disponível em:

https://cultura.estadao.com.br. Acesso em 20.01.2021. Adaptado)

Os conceitos que caracterizam adequadamente as três camadas da pessoa resiliente, como descritas nos parágrafos 2º , 3º e 4º , são, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: C

    Vamos por partes:

    "(...) Na primeira (camada), suporta: recebe o golpe sem desabar."

    → Ora, aqui temos a ideia da pessoa que leva a porrada, mas continua de pé (tipo joão bobo rsrs). Com este detalhe, eliminamos as alternativas B, D e E que falam, respectivamente, em consistência, coerências e consciência (não são os sentidos trazidos pelo texto).

    Vamos continuar:

    "O segundo estágio é a recuperação/aprendizagem. Combinam-se os dois conceitos. Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda recupero a posição anterior ao golpe com o acréscimo de algo novo."

    → Aqui temos a pessoa que aprendeu com o erro e volta ao estágio anterior com um novo aprendizado. Por este conceito, não podemos eliminar nenhuma alternativa (A nem C), pois praticamente elas dizem a mesma coisa.

    Passemos ao último estágio:

    "O terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da consciência a partir do aprendizado. O tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. Não existe lamúria ou sofrimento para o mundo. A dor existe, foi sentida, houve reação com aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio."

    → Opa! Aqui já conseguimos chegar ao gabarito. Veja que, no terceiro momento, temos a pessoa que dá um novo significado à sua estratégia a partir daquilo que aprendeu. Ela admite que levou uma porrada e aprende algo com isso, em vez de dizer: "Ai, como a vida é má comigo!", ela utiliza a dor para aprender algo novo.

    Com esta última análise, marcamos o gabarito:

    c) resistência, restabelecimento com conhecimento, revitalização.

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • Gabarito (C) inclsive essa questão descreve nós concurseiros que sofremos com as reprovaõções, falhas, angustias mas, acima de tudo damos a volta por cima com a aprovação. RESILIÊNCIA somos guerreiros.... avantes...

  • A primeira etapa está associada à resistência. Nas palavras do próprio texto, temos: “Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem descontrole, experiencia a dor e continua de pé”.

    A segunda etapa consiste em restabelecer a condição original, agregando aprendizado, conhecimento.

    E a terceira etapa consiste no surgimento de um novo ser, ou seja, temos uma revitalização após a resistência à dor, o restabelecimento à condição original e o aprendizado adquirido.

    Essa combinação está descrita na letra C