SóProvas


ID
5265718
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Prefeitura de João Pessoa - PB
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Borderline: o transtorno que faz pessoas irem
do "céu ao inferno" em horas
Tatiana Pronin
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de personalidade borderline (ou "limítrofe").
 Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes.
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas.
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características próprias. [...]
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade.
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. [...]
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento. [...]
 A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-chefe do tratamento. [...]
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool, além de causarem dependência. [...]
Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderlinea-doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 

De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

  • Gab B, não concordo com a resposta, não se fala nada de infância, infantil ou crianças, nesse texto de m3rd4

    O mais próximo q achei da resposta no texto, coloco abaixo:

    O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar (...)

    Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade.

  • O texto descreve que "O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta".

    Isso não significa que a criança ou adolescente não apresente graves alterações.

    Muito questionável.

  • Perguntas de interpretação de textos: responder por eliminação a que for mais próxima de estar certa (ou menos errada)!

    A) Gozação: não se fala em "crianças sem malícias" e é a ideia contrária de "adulto responsável" (seria imaturo).

    B) Gozação: "limítrofe" justamente por ter padrões extremamente bem estabelecidos. Tudo o que sai desse padrão (perfeccionismo) gera o comportamento transtornado.

    C) Alternativa correta: questão questionável, mas diante das outras alternativas acaba sendo a "menos errada".

    D) Contradição: não é uma "grande parte" que comete suicídio, mas sim uma "pequena parte", apenas 10%. "(...)cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio".

    E) Contradição: o texto diz que a maioria das mulheres são diagnosticadas, mas que estudos apontam "que a incidência seja igual em ambos os sexos".

  • Quanto mais resolvo questões do Instituto AOCP, mais percebo que se trata de um bando de incompetentes.

  • Pelas alternativas, trata-se de uma questão de INTERPRETAÇÃO.

    (A) Pessoas que sofrem do transtorno borderline vão do “céu ao inferno” em um curto período de tempo porque ora se comportam como crianças sem malícia ora se comportam como adultos responsáveis.

    R.: INCORRETO. O conectivo "porque" apresenta uma causa/motivo para os "borders" irem do "céu ao inferno". Vejamos o título do texto:

    • Borderline: o transtorno que faz pessoas irem do "céu ao inferno" em horas

    Perceba que o motivo de ir do céu ao inferno é o transtorno de borderline.

    (B) Alguém com a personalidade borderline (“limítrofe”), comumente, apresenta posturas resistentes a limites, regras.

    R.: INCORRETO PARA A BANCA. Apesar de incorreto, essa é a questão mais perto de uma interpretação aceitável.

    • Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos.

    Veja que se a pessoa tem dificuldades em controlar impulsos, provavelmente ela não conseguirá resistir aos limites. Até porque quem possui borderline, segundo a autora: "tende a enxergar a si mesmo e aos outros na base do 'tudo ou nada'".

    (C) Um “border”, em geral, vive a infância e a adolescência sem apresentar graves alterações geradas por tal transtorno.

    R.: GABARITO pra banca... pra mim é uma extrapolação. Vejamos esta parte do texto:

    • Muitos comportamentos do "border" lembram os de um jovem rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.

    A autora compara os comportamentos de quem possui o transtorno ao de um jovem rebelde, no período seguinte ela se refere a esse jovem rebelde novamente, mas dessa vez com os termos: "adolescente problemático". Ou seja, uma anáfora. Referenciado o jovem rebelde, não um jovem com borderline, a autora diz que aquele pode melhorar com uma boa terapia. O avaliador extrapolou, e muito, na minha opinião, ao dizer que um infanto ou adolescente não apresenta graves alterações pelo transtorno. Essa parte é a coisa mais perto que achei para deduzir de onde o avaliador tirou essa conclusão.

    (D) Grande parte dos “borders”, além de se automutilarem e de apresentarem intensa rebeldia, acabam cometendo suicídio.

    R.: Incorreto. Veja o texto:

    • Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio.

    Como pode ser uma maioria de 10% de um total? Impossível.

    (E) Borderline afeta, sobretudo, mulheres que apresentam esse transtorno aliado à bipolaridade e à depressão.

    R.: Incorreto. Sobretudo é um advérbio de preferência em detrimento de algo; acima de tudo.

    • O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos.

    Veja que no texto mostra-se mais frequente entre mulheres, mas não precipuamente. Além do mais, estudos sugerem incidência igual entre os sexos, ou seja, contradiz a afirmação.

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    Boa sorte e bons estudos.

  • Elefante branco, raridade, continue a nadar... JOGO QUE SEGUE!!!

  • Bom, é óbvio que eles vão tirar uma questão para ser coringa e colocar o gabarito que quiserem, isso é inacreditável. Não querem que ninguém gabarite alguma matéria, sobretudo português.

  • Esse gabarito foi forçado! eu hein... fazem o que querem.

  • Uma grande falha da Banca AOCP de não enumerar ao lado de cada linha do texto para facilitar a visualização e a interpretação do texto, pois facilitaria em muito na hora da realização da prova.

    Como também as respostas que são dadas como corretas, aonde surgem vários questionamentos.

    O QConcursos deveria sempre que possível verificar isso, pois até o presente momento não obtive nenhuma resposta.

    Caso não seja possível o questionamento de vários assinantes sobre o assunto, o ideal seria

    divulgar no RECLAME AQUI a qualidade, o atendimento e a solução que a Instituição oferece a cada assinante.

  • Quer ver que ainda vão tentar justificar esse gabarito? PIADA

  • "Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade."

    Adultos jovens?

  • No momento da venda, deveria está claro que QC é questões pra ler e não questões comentadas.

  • 1°- Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.

    (por eliminação, depois de 10 minutos remoendo a questão cheguei a essa conclusão)

    Aparentemente um jovem tem mais facilidade para se recuperar.

    2°- O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta

    Esse trecho também dá a "entender" que o problema é mais grave depois da infancia e adolescencia, questão muito difícil.

  • Penso que seja uma questão de inferência...

    "O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta."

    Se os seus períodos de instabilidade mais intensos são no início da vida adulta, é possível inferir que durante a infância e adolescência, em geral, ele não apresenta alterações muito graves/notórias, pois seria durante o início da vida adulta que essas alterações mais graves de personalidade apareceriam...

    Essa foi a lógica que usei.

  • Extrapolou nessa questão hein... a pergunta é "de acordo com o texto" e não sobre inferência.

  • Texto bem confuso

  • De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.

    A) Pessoas que sofrem do transtorno borderline vão do “céu ao inferno” em um curto período de tempo porque ora se comportam como crianças sem malícia ora se comportam como adultos responsáveis.

    Nada faz menção a criança sem malícia.

    B) Alguém com a personalidade borderline (“limítrofe”), comumente, apresenta posturas resistentes a limites, regras.

    Estes apresentam o padrão de instabilidade e não resistentes a limites, regras.

    (...) O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade (...)

    C) Um “border”, em geral, vive a infância e a adolescência sem apresentar graves alterações geradas por tal transtorno.

    Infere-se isto.

    D) Grande parte dos “borders”, além de se automutilarem e de apresentarem intensa rebeldia, acabam cometendo suicídio.

    Cerca de 10% e não grande parte.

    E) Borderline afeta, sobretudo, mulheres que apresentam esse transtorno aliado à bipolaridade e à depressão.

    Elas procuram mais ajuda, entretanto afeta ambos os sexos.