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ID
5298649
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
DEPEN
Ano
2021
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Considerando que os agentes do SAMU tenham sido acionados para atender a um paciente com quadro de politraumatismo e trauma cranioencefálico, julgue o item a seguir, com base nos protocolos que devem ser observados nesse tipo de atendimento.

Nessa situação, para garantir a estabilização da cabeça, deve-se colocar prioritariamente o colar cervical no paciente.

Alternativas
Comentários
  • BT5 – Trauma cranioencefálico- Protocolo Samu 192 Emergências Traumáticas SUPORTE BÁSICO DE VIDA BT5 –

    Trauma cranioencefálico Este protocolo foi pautado nas mais recentes evidências científi cas disponíveis. Adaptações são permitidas de acordo com as particularidades dos serviços. Elaboração: Agosto/2014 Revisão: Abril/2015 BT5 Quando suspeitar ou critérios de inclusão: • Na avaliação da cinemática do trauma há suspeita de acometimento direto da região craniofacial. • Na avaliação da cinemática do trauma há acometimento indireto da região craniofacial por mecanismos de aceleração e desaceleração. • Em todos os pacientes de trauma com alteração do nível de consciência.

    Conduta: 1. Realizar avaliação primária (Protocolo BT1) com ênfase para:

    • garantir a estabilização manual da coluna cervical; ( acredito ser o que a questão pedia)

    • garantir permeabilidade de via aérea;

    • oferecer O2 sob máscara não reinalante 10 a 15 l/min se SatO2 < 94%;

    • monitorizar a oximetria de pulso; e

    • avaliar precocemente a Escala de Coma de Glasgow.

    2.Considerar ventilação sob pressão positiva com BVM com reservatório, caso não mantenha ventilação ou oxigenação adequadas.

    3. Controlar sangramentos externos.

    4. Realizar avaliação secundária (Protocolo BT2) com ênfase para:

    • avaliação da reação pupilar;

    • repetição seriada da Escala de Coma de Glasgow;

    • aferição dos sinais vitais;

    • exame da cabeça e coluna; e

    5. história SAMPLA. Realizar a mobilização cuidadosa e a imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros, em prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte.

    6. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.

    7. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde. Observações:

    • Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3).

    • Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar possíveis lesões associadas em outros segmentos.

    • No exame da cabeça e pescoço, manter atenção para a ocorrência de sinais de gravidade do TCE:

    • sinais de perda liquórica;

    • presença de fraturas abertas;

    • exposição de tecido cerebral;

    • ferimentos de extensos de couro cabeludo; e

    • sinais de fratura de base de crânio.

    • Se SatO2 < 94%, se Escala de Coma de Glasgow < a 10, se sinais vitais alterados, informar precocemente a Regulação Médica.

    https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf

  • O colar não é prioridade, a prioridade é estabilização manual.
  • Instalação do Colar Cervical - SAMU 2016

    NÃO é prioridade máxima no atendimento ao politraumatizado quando a estabilização manual da cabeça puder ser realizada de forma eficiente por um profissional.

    Deve-se fornecer intervenções de comprometimento de vias aéreas ou circulatório antes da instalação, enquanto se realiza a estabilização manual da cabeça.

    Assim que possível, deverá ser instalado.

    Em pacientes conscientes, com boa ventilação e circulação, e em inconscientes, sem comprometimento de vias aéreas, o colar cervical pode ser instalado juntamente ao controle manual da coluna.

    Contraindicações ao uso do colar cervical:

    I. Situações em que o alinhamento não possa ser obtido.

    ➔ Posicionar cabeça manualmente e adotar outras estratégias para evitar movimentação.

    II. Na presença de objeto encravado no pescoço ou nessa região.

    ➔ Fixar objeto e manter controle manual + outras estratégias para evitar movimentação da cabeça.

    Caiu na CLDF 2018:

    MEDIDA DO TAMANHO DO COLAR: Distância entre mandíbula e ombro (utilizar dedos para medir o pescoço do paciente).

  • A instalação do colar não é prioridade máxima no atendimento ao politraumatizado enquanto a estabilização manual da cabeça puder ser realizada de forma eficiente por um profissional.

    O paciente que apresenta comprometimento das vias aéreas, respiração ou circulação deve receber as intervenções de correção desses problemas antes da instalação do colar cervical, enquanto um profissional executa a estabilização manual da cabeça.     


    Gabarito do Professor: ERRADO


    Bibliografia

    Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2a edição, 2016.
  • resposta ERRADO

    Sabidamente as lesões craniencefálicas estão associadas às raquimedulares, e dados do SAVT revelam que até 5% dos TCE possuem TRM associado, enquanto que 25% dos TRM possuem TCE moderado associado. Neste contexto, o uso do colar cervical aumenta a pressão intracraniana em média 4 a 5mmHg pela simples compressão das veias jugulares, complicando ainda mais o manejo do TCE. 

    Estudos revelaram que estes pacientes com TCE e potencialmente com hipertensão intracraniana (escala de coma de Glasgow <9) possuem pior prognóstico quando são aplicadas imobilizações com cola cervical;

    Rev Soc Bras Clin Med. 2017 abr-jun;15(2):131-6