SóProvas


ID
532528
Banca
FGV
Órgão
Senado Federal
Ano
2008
Provas
Disciplina
Relações Públicas
Assuntos

Para Beatriz Sarlo, “(...) hoje, sem o zapping, ninguém mais assistiria televisão”. Sobre o processo de zapping, caracterizado pela autora, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Como Beatriz Sarlo mostrou em Escenas de la vida posmoderna, o controle remoto é uma máquina sintática que oferece ao espectador a possibilidade de acumular a maior quantidade possível de imagens de alto impacto por unidade de tempo, às custas, paradoxalmente, de menor quantidade de informação ou informação indiferenciada por unidade de tempo. A possibilidade estrutural do zapping residiria em delegar ao espectador o poder de cortar, montar e embaralhar imagens truncadas, produzidas pelas mais diversas câmaras e nos mais variados lugares. A coordenação atua na pseudo-montagem com o intuito de preencher os silêncios ou brancos intervalares, impedindo que a atenção se detenha e fazendo com que o espectador se satisfaça com a repetição prazerosa de estruturas já conhecidas.

    Fonte:
    http://www.letras.puc-rio.br/catedra/revista/4Sem_06.html
  • No capítulo dois "O sonho acordado" ela ainda aborda a questão da imagem desde o zapping, a televisão interativa, os programas "ao vivo" até a dimensão politica presente no veículo. Sarlo não é uma adorniana, mas sua crítica da televisão é feroz. A idéia de uma televisão de mercado está na base de sua análise. Televisão que possui uma lógica própria na qual a repetição (em relação ao comercial) e a velocidade constróem uma forma de ver o mundo. A autora afirma inclusive que o zapping é um discurso televisivo que subentende a presença do telespectador, assim como os programas participativos e os reality shows são a maior expressão da chamada "nova televisão". Nela também os programas ao vivo proporcionam aos telespectadores, não a idéia de verossimilhança, mas de que a vida está ali. E no dia a dia da vida moderna, as piadas, as frases, os personagens da televisão asseguram a quem os conhece um pertencimento. Mas Sarlo não se ilude com a idéia de que a partilha de aparelhos de televisão implica no estabelecimento de novos laços entre os indivíduos. Para ela, esta imagem da família não tem veracidade, pois se sabe do enfraquecimento das relações familiares na atualidade. E isso não é por acaso, porque, a seu ver, a televisão precisa de uma sociedade com laços fracos para que ocorra a mimese entre televisão e público. Assim neste contexto uma crítica mais profunda da televisão é banida ou acusada de, entre outras coisas, ultrapassada. Entretanto, ela ressalta que só há um jeito de aprender a ver televisão: vendo-a. E não se pode negar que esse aprendizado é barato, antielitista e nivelador, enfatiza ela.