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ID
5326015
Banca
IADES
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2021
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

    E há muito a fazer ali. É preciso aumentar o pessoal, dar-lhe melhor remuneração, ter pelo menos um consultor jurídico e bons diretores de seção, como tínhamos antigamente (Carvalho de Morais, Lagos, Peçanha, Carneiro Leão e outros), organizar um gabinete do ministro, restabelecer a Seção do Arquivo, dando-lhe o desenvolvimento necessário, porque esse é o arsenal em que o ministro e os empregados inteligentes e habilitados encontrarão as armas de discussão e combate. É preciso criar uma Biblioteca e uma Seção Geográfica na Direção do Arquivo, como na França, na Alemanha, na Inglaterra e nos Estados Unidos.

CARTA do Barão do Rio Branco ao senador Frederico de Abranches, de agosto de 1902. Apud: ARAÚJO, Jorge A. G. (org) Introdução às obras do Barão do Rio Branco. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2012.

Considerando o texto apresentado, acerca do pensamento político do Barão do Rio Branco, julgue (C ou E) o item a seguir.

Para Rio Branco, o apoio brasileiro aos protestos da Argentina contra o uso da força por parte de potências europeias para cobrança de dívidas públicas, tese conhecida como Doutrina Drago, estava em plena consonância com a Doutrina Monroe, vista pelo Barão como conveniente elemento de defesa territorial do continente.

Alternativas
Comentários
    • Em dezembro/ 1902, Grã-Bretanha, Alemanha e Itália impões bloqueio naval à Venezuela a título de cobrança de dívidas.
    • O governo Roosevelt manteve-se neutro, mas fora comunicado com antecedência pelos interventores que, assim, reconheceram a nova potência mundial e sua respectiva área de influência.
    • Rio Branco não hesitou em alinhar-se aos EUA, pois entendeu que a doutrina Monroe não estava em questão, uma vez que o bloqueio não implicava conquista de território.
    • O Secretário de Estado Hay opinou que o Brasil não deveria se envolver na questão da Venezuela, com o que concordou o governo brasileiro, até porque desejava preservar as boas relações com os governos que pressionavam o país sul-americano.
    • Além de aceitar a sugestão norte-americana, o chanceler brasileiro recusou a do ministro argentino Drago para formar uma liga de países sul-americanos contra demonstrações de força de países europeus, negando-se a engrossar protesto contra cobrança coercitiva de dívidas, pois o Brasil não era mau pagador.
    • Pode-se também ajuntar que qualquer protesto naquela conjuntura seria vão, uma vez que, afora os Estados Unidos, nenhum outro país americano tinha força suficiente para se opor a qualquer uma das potências envolvidas no episódio venezuelano.

    Fonte de consulta: BUENO, Clodoaldo. SciELO - Brasil - O Barão do RIo Branco no Itamaraty (1902-1912)