Leia o trecho do poema “Catar feijão”, de João Cabral de Melo Neto, para responder à questão.
Catar feijão se limita com escrever:
jogam-se os grãos na água do alguidar1
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
(Melhores poemas, 2009.)
1 alguidar: vasilha rasa utilizada em tarefas domésticas.
“Jogar o feijão na água” e “jogar fora o que boiar”