A zoomorfização na Literatura, a despeito de qualquer outra característica estilística, sempre esteve presente, no entanto,
aparece principalmente nas obras com características realistas que, em contraponto
àquelas com aspectos mais românticos, têm
o intento de retratar as mazelas da sociedade como espelho. (...)
Fez-se necessário uma Literatura condizente com o real e, para tanto, a zoomorfização de personagens foi utilizada com maior
ênfase. Paralelo ao Realismo, o Naturalismo
é o momento em que mais se verifica este
fenômeno. (Uesla Lima Soares , O Animal
Humano: Os paradigmas da zoomorfização
social e sua representação literária, Anais
do Festival Literário de Paulo Afonso, 2017)
[O zoomorfismo] ocorre quando “o
que é próprio do homem se estende ao
animal e permite, por simetria, que o que é
próprio do animal se estenda ao homem.”
(Antonio Cândido, De Cortiço a Cortiço, Novos Estudos CEBRAP, 1991).
Considere as seguintes afirmações:
I. A zoomorfização se opôs frontalmente às
idealizações românticas, sendo uma característica exclusiva do Naturalismo.
II. Segundo Antonio Candido, não é possível
haver distinção entre ser humano e animal,
no sentido de que um cede característica ao
outro e vice-versa.
III. A definição de Antonio Candido sobre
zoomorfismo é construída por meio de um
processo chamado quiasmo.
A respeito de tais afirmações, deve-se dizer
que: