Considere o trecho do romance O quinze, de Rachel de
Queiroz, para responder à questão.
Armado com um cartãozinho do bispo e um bilhete particular de Conceição à senhora que administrava o serviço,
Chico Bento conseguiu obter o ambicionado lugar no açude
do Tauape.
No bilhete, a moça fazia o possível para comover a destinatária; e a senhora, apesar de já se ter habituado a esses
pedidos que falavam sempre numa mesma pobreza extrema
e em criancinhas famintas, achou jeito de desentulhar uma
pá, e ela mesma guiou o vaqueiro aturdido, com seu ferro na
mão, e o entregou ao feitor.
Duramente Chico Bento trabalhou todo o dia no serviço
da barragem.
Só de longe em longe parava para tomar um fôlego, sentindo o pobre peito cansado e os músculos vadios.
E o almoço, ao meio-dia, onde, junto do pirão, um naco
de carne cheiroso emergia, mal o soergueu e o animou.
Já era tão antiga, tão bem instalada a sua fome, para
fugir assim, diante do primeiro prato de feijão, da primeira
lasca de carne!…
(O quinze, 2009.)
No romance O quinze, Chico Bento é