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ID
5386585
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

O poder mudou. Se antes se impunha pela simples força das armas, exigindo e obtendo, consequentemente, o respeito do inimigo, atualmente este tem-se tornado, cada vez mais, um contestatário face ao poder. No passado, o poder era um elemento de equilíbrio da cena internacional, regulando as alianças e organizando as proteções. Atualmente, com o fim da bipolaridade, novos atores reivindicam um lugar na arena política mundial. Estes procuram agora impor os seus próprios pontos de vista, mais do que aceitar o status quo.

DUARTE, Paulo. Soft China: the changing nature of China's charm strategy. Contexto Internacional: Rio de Janeiro, 2012.

Sobre a posição das potências na nova ordem mundial, analise as afirmativas a seguir.

I. Os Estados Unidos pretendem manter uma posição hegemônica na nova ordem pós-bipolar, assumindo a defesa e difusão dos valores democráticos por meio de uma diplomacia multilateral sintetizada no slogan “América em primeiro lugar”.
II. A China mantém um modelo pragmático de desenvolvimento para fortalecer sua soberania e ampliar suas áreas de influência no sistema internacional, com iniciativas como a Belt and Road, que amplia sua presença na Ásia, na África e na Europa.
III. O potencial da China e as ambições de liderança regional da Rússia e da Índia mostram que a ordem mundial do século XXI pode ser marcada pelo retorno da disputa de poder, e que a hegemonia norte-americana estaria ameaçada nessa ordem multipolar.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • Análise das alternativas:

    I. Incorreta. Embora os Estados Unidos objetivem a manutenção da hegemonia, torna-se claro que as medidas adotadas pelo último governo não compactuam com a multipolaridade. Práticas protecionistas e excludentes, não só do ponto de vista econômico, como também social, inviabilizam o exercício de uma democracia verdadeira. Além disso, destaca-se a contradição entre manter a hegemonia num mundo globalizado e uma exaltação do "América em primeiro lugar", afinal, quer rir? Faz-me rir.

    II. Correta. A China vem aproveitando cada vez mais as políticas isolacionistas dos Estados Unidos, como a sua retirada do Acordo de Paris, mesmo tendo voltado no atual governo de Joe Biden. Além disso, o seu projeto conhecido como Nova Rota da Seda visa criar tentáculos terrestres e marítimos, em prol do escoamento da sua produção e melhor dinâmica migratória, facilitando as trocas comerciais, desenvolvendo uma infraestrutura sólida que favorece a hegemonia chinesa nas regiões do norte da África, Rússia (e sua parte da Europa) e Oriente Médio.

    III. Correta. As guerras econômicas vistas nos últimos anos comprovam isso. Os chineses passam cada vez mais a ampliar seu poder de influência, seja nos produtos de maior valor agregado, seja na construção de infraestruturas que liguem modais entre continentes diferentes, etc. Se, por um lado, o início do século XXI foi dominado por uma política de supremacia norte-americana, por outro, nota-se um rápido declínio, previsto pela própria forma com a qual o ambiente globalizado dita.

    Desse modo, analisando as alternativas e verificando o comando da questão, o nosso gabarito é:

    D) II e III, somente.

    EsPCEx 2022

  •  “América em primeiro lugar”. é o jeito estadunidense de fazer política.

  • I. Os Estados Unidos pretendem manter uma posição hegemônica na nova ordem pós- bipolar, assumindo a defesa e difusão dos valores democráticos por meio de uma diplomacia multilateral sintetizada no slogan “América em primeiro lugar”.

     

    Incorreta. O bordão, “América em primeiro lugar” deixa claro uma postura diplomática unilateral

  • Opresidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promoveu sua estratégia "América em primeiro lugar" durante visita a Cleveland, Ohio, dias antes das primárias das eleições de meio de mandato no Estado. Ele disse que as políticas comerciais protecionistas e suas políticas mais isolacionistas vão beneficiar os norte-americanos. Segundo o presidente, sua posição mais dura tem como objetivo buscar igualdade de condições no comércio internacional, quando "outros países se colocam em primeiro lugar". "Vamos cuidar do nosso povo", disse. o erro da I - multilateral (o correto seria unilateral)
  • I. Os Estados Unidos pretendem manter uma posição hegemônica na nova ordem pós-bipolar, assumindo a defesa e difusão dos valores democráticos por meio de uma diplomacia multilateral sintetizada no slogan “América em primeiro lugar”.

    Há uma contradição em uma diplomacia multilateral, sinalizando o unilateral, "américa em primeiro lugar".

    Logo o correto seria Unilateral

    II. A China mantém um modelo pragmático de desenvolvimento para fortalecer sua soberania e ampliar suas áreas de influência no sistema internacional, com iniciativas como a Belt and Road, que amplia sua presença na Ásia, na África e na Europa.

    III. O potencial da China e as ambições de liderança regional da Rússia e da Índia mostram que a ordem mundial do século XXI pode ser marcada pelo retorno da disputa de poder, e que a hegemonia norte-americana estaria ameaçada nessa ordem multipolar.

    Alternativas corretas: II e III

    SeguEoFluxo...

  • A questão acima tem como tema a geopolítica mundial, sobretudo em relação à nova ordem mundial que vigora no mundo atualmente.
    Na questão temos três assertivas, nas quais os candidato precisa julgá-las e assinalar a alternativa correta que contenha as afirmativas que estão certas.
    Feito isso, vamos à análise das afirmações:

    I - Os Estados Unidos pretendem manter uma posição hegemônica na nova ordem pós-bipolar, assumindo a defesa e a difusão dos valores democráticos por meio de uma diplomacia multilateral sintetizada no slogan "América em primeiro lugar".
    A afirmação está ERRADA. Embora, o atual presidente Joe Biden afirme com clareza que quer manter uma posição hegemônica em relação à difusão e defesa de valores democráticos, além de ter uma maior aproximação com a América Latina e Europa, ele não utiliza o slogan "América em primeiro lugar" que era utilizada pelo seu antecessor, Donald Trump. Inclusive, essa política praticada pelo antigo presidente estadunidense, que visava o protecionismo, o nacionalismo dos EUA através de embargos comerciais, retirada de organizações internacionais, e o uso excessivo da força militar e política para manter os interesses estadunidenses, fez com que o país perdesse destaque e soberania internacional no mundo, perdendo destaque para a China, que aproveitou esse isolacionismo para aumentar sua influência em "quintais estadunidenses" como a América Latina e Europa.
    II - A China mantém um modelo pragmático de desenvolvimento para fortalecer sua soberania e ampliar suas áreas de influência no sistema internacional, com iniciativas como a Belt and Road, que amplia sua presença na Ásia, na África e na Europa.
    A afirmação está CERTA. A China, nos últimos anos, tem realizado com êxito sua política de desenvolvimento industrial, que tem levado o país a um grande crescimento econômico. Como é um país industrial e que precisa de matérias-primas para manter sua política desenvolvimentista, os chineses tentam ampliar a sua relação de parceiros comerciais e políticos para ampliar o seu raio de negócios. Prova disso, é que nas últimas décadas, a China vem investindo bastante em infraestrutura na África (ferrovias, rodovias, aeroportos, hidroelétricas) no sentido de obter vantagens comerciais em suas matérias-primas. Nos últimos anos, a China vem idealizando o projeto Belt and Road, que visa promover uma série de investimentos nas áreas de transporte e infraestrutura. Entre esses projetos são previstas obras terrestres que interligue Europa, Oriente Médio, a Ásia e a África, e obras marítimas, passando pelo Oceano Pacífico, atravessando o Oceano Índico e alcançando o mar Mediterrâneo. Isso tudo para ampliar e otimizar os sistemas de transporte nessas áreas, e aumentar seu raio de influência em regiões que tem grande importância geopolítica.
    III - O potencial da China e as ambições de liderança regional da Rússia e da Índia mostram que a ordem mundial do século XXI pode ser marcada pelo retorno da disputa de poder, e que a hegemonia norte-americana estaria ameaçada nessa ordem multipolar. 

    A afirmação está CERTA. Além de ter que rivalizar com o crescimento geopolítico e econômico da China, é importante também se atentar para Rússia e Índia nesse cenário. A Rússia, que tem uma economia forte, somada à um grande poderio militar e bélico, tem políticas de aliança estreitas com rivais estadunidenses, como o Irã, Síria, Venezuela e Coreia do Norte. Prova dessa influência russa, foi quando os EUA ameaçaram invadir a Síria com o objetivo de derrubar o regime de Bashar Al-Assad do país. Entretanto, os russos opuseram-se e fizeram valer sua influência de impedir uma intervenção estadunidense no país, fazendo com que os EUA recuassem. Além disso, a Índia é outro país a se observar no tabuleiro geopolítico mundial. Dona de um grande poderio militar e bélico em relação aos seus vizinhos, além de vivenciar um grande crescimento econômico em razão da industrialização e do investimento em tecnologia, a nação já é considerada uma potência regional no Sul da Ásia, com grandes estimativas de crescimento. Estudos do Banco Goldman Saches, apontam que até 2035 o país terá a terceira maior economia do Planeta, atrás apenas de EUA e China, o que mostra que a Índia deve ser observada daqui pra frente.

    As afirmações corretas são II e III, que corresponde à Letra D. 

    Gabarito do Professor: Letra D.