SóProvas


ID
5392936
Banca
VUNESP
Órgão
SÃO CAMILO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o trecho da crônica de Machado de Assis, escrita em 1861, para responder à questão.

     Começo por uma raridade, não uma dessas raridades vulgares de que fala uma personagem de teatro, mas uma raridade vulgarmente rara: — o governo de acordo com a opinião. 
     Os complacentes e os otimistas hão de rir; não assim os julgadores severos; esses dirão consigo: — é verdade! — A opinião havia acolhido com entusiasmo a unificação da Itália; o governo acaba de reconhecer com prazer e sem delongas acintosas o novo reino italiano. Não é caso de milagre, mas também não é comum.
     Afez-se o país por tal modo a ver no governo o seu primeiro contraditor, que não pôde reprimir uma exclamação quando o viu pressuroso concluir o ato diplomático a que aludo. E por que não havia de fazê-lo? Perguntará o otimista. Eu sei! por descuido, por cortesania, por qualquer outro motivo, mas a regra é invariável: o governo sempre contrariou a opinião.

(Comentários da semana, 2008.)

Assinale a alternativa que apresenta um trecho do texto e uma figura de linguagem que nele ocorre.

Alternativas
Comentários
  • Alguém explica.

  • Resposta correta: D

    Eufemismo é uma figura de linguagem cuja principal função é o expressamento de ideias suaves, de modo a proporcionar uma linguagem mais agradável. Na letra (E), portanto, vemos a seguinte frase:

    “Começo por uma raridade, não uma dessas raridades vulgares de que fala uma personagem de teatro”

    Tal expressão é classificada como um paradoxo, pois nela há uma divergência — uma ideia opõe a outra.

    "Começo por uma raridade"

    "Não uma dessas raridades vulgares de que fala uma personagem de teatro"

    Ambas ideias se anulam. Primordialmente você começa por uma raridade, portanto a ideia é que seja qualquer uma, mas depois é dito que não é qualquer uma raridade, há uma exclusão daquelas vulgares de que fala uma personagem de teatro. Isso se chama paradoxo.

  • as palavras raro e vulgar são ideias opostas logo o paradoxo