SóProvas


ID
5414833
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Câmara de Uberlândia - MG
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.

TEXTO I

Por que não é correto comparar os incêndios na
Amazônia aos que ocorrem na Austrália

Pense na fumaça que sai de um vulcão. Agora, imagine compará-la à fumaça que sai do escapamento de um carro.
“São coisas completamente diferentes”, diz Erika Berenguer, pesquisadora brasileira das universidades britânicas de Oxford e de Lancaster. Seria erro semelhante comparar os incêndios na Amazônia brasileira às queimadas atuais na Austrália, aponta ela.
“Não é porque é fogo que é igual. Não é uma comparação válida”, afirma Berenguer, que estuda os impactos do fogo na Amazônia. “Por parte de pessoas que têm informações, é uma comparação desonesta.” 
Na opinião do biólogo Alexander Lees, professor da Manchester Metropolitan University, “há mais diferenças que semelhanças” entre os dois eventos. A influência do aquecimento global sobre a intensidade das situações é uma das poucas semelhanças possíveis. “Os fogos na Austrália, na Sibéria e no Brasil vão ficar piores com o aquecimento do planeta”, afirma.
Jos Barlow, pesquisador da Universidade de Lancaster e da Universidade Federal de Lavras, explica que a flora australiana evoluiu com o fogo, que ocorre naturalmente em regiões do país.
“É um ecossistema que queima de tempos em tempos”. Ou seja, as queimadas acontecem em sua maior parte de forma natural, pela incidência de raios. Também há uma minoria de casos de incêndios causados de forma proposital.
“Os incêndios em diversos ecossistemas australianos, como os outbacks, ocorrem naturalmente. Faz parte ter fogo com uma certa frequência, como nas florestas costeiras da Califórnia, nas savanas na África ou no cerrado brasileiro. Tem um regime de fogo”, afirma Berenguer.
Mas isso, diz ela, está sendo exacerbado pelos efeitos das mudanças climáticas. “As temperaturas já estão mais altas e o período de secas mais prolongado na Austrália, o que favorece a propagação do fogo.”
Também houve influência do Dipolo do Oceano Índico (conhecido como El Niño do Índico), que se refere à diferença nas temperaturas da superfície do mar em regiões opostas do oceano. No ano passado, foi “extraordinariamente forte”, segundo Lees.
Isso significa que a região a oeste do Índico ficou mais quente que o normal e, a leste, mais fria, causando enchentes na África e na Indonésia e condições secas na Austrália.
“Foi mais forte que o normal, e isso é um efeito das mudanças climáticas. Está empurrando a Terra para seus limites”, afirma Lees.
Já a floresta amazônica, diz ele, “sem interferência, nunca queima naturalmente”. Berenguer explica que a floresta é úmida — como diz o nome em inglês, “rainforest”, ou “floresta de chuvas”. “O fogo não ocorre naturalmente nesse ambiente ultra úmido que é a Amazônia. Precisa ser iniciado por alguém”, afirma.
Então, o fogo no Brasil teria sido iniciado em sua maior parte como parte do processo de desmatamento, quando a vegetação é derrubada, colocada ao sol para secar e depois queimada para limpar a área. As árvores viram cinzas.

Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/brasil-51011491>.
Acesso em: 10 jan. 2020 (Adaptação).

Releia este trecho.

“Pense na fumaça que sai de um vulcão. Agora, imagine compará-la à fumaça que sai do escapamento de um carro.”

O acento indicativo de crase desse trecho é

Alternativas
Comentários
  • Gabarito na alterativa D

    Solicita-se assertiva correta sobre o uso da crase em:

    “Pense na fumaça que sai de um vulcão. Agora, imagine compará-la à fumaça que sai do escapamento de um carro.”

    Infelizmente a banca faz relação bastante subjetiva, utilizando justificativa genérica para a marcação. O gabarito pode ser marcado por exclusão.

    A crase em comento ocorre devido à regência do verbo "comparar" somada ao uso do artigo definido feminino que antecede o substantivo "fumaça".

    A)facultativo, porque o objeto de comparação foi substituído por um pronome oblíquo átono.

    Incorreta. O uso da crase na construção é obrigatório.

    B)obrigatório, porque o verbo é transitivo indireto.

    Incorreta. O verbo em tela é bitransitivo.

    C)facultativo, porque o substantivo regido é feminino.

    Incorreta. Não há facultatividade no motivo apontado.

    D)obrigatório, porque o verbo é bitransitivo.

    Correta. Tenham em mente que, embora seja o gabarito, a marcação da crase ocorre pela soma de fatores regência + anteposição de artigo. A transitividade verbal, ausente artigo, não da ensejo a marcação.

  • Uai, mas a B não tá errado não.

  • GABARITO: D

    Casos em que nunca ocorre crase

    x Antes de palavra masculina (pois antes de masculina não ocorre o artigo “a”, indicador do gênero feminino): pagamento a prazo; andar a cavalo; sal a gosto.

    x Antes de verbo (porque antes de verbo não ocorre artigo): O suspeito está disposto a ajudar.

    x Antes de pronomes em geral (porque antes deles, geralmente, não ocorre artigo): Ele disse a ela que não fará a viagem; Ele falou alguma coisa a você?

    x Antes de nome de cidade (porque antes de nomes de cidade não se emprega artigo): Você não vai a Natal?

    x Expressões formadas por palavras repetidas: Cara a cara; frente a frente; minuto a minuto.

    x “A” antes de palavras flexionadas no plural: Os dados coletados não se referem a populações indígenas.

    x Depois de preposições como para, perante, com e contra: O encontro foi marcado para as 18 h; A manifestação é contra a corrupção.

    Casos em que sempre ocorre a crase

    ? Locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo: Às vezes Mariana vai à escola de ônibus; O aluno fez a lição às pressas e entregou para a professora.

    ? Locuções prepositivas: Os médicos estão à espera do paciente à esquerda do corredor.

    ? Locuções conjuntivas (existem apenas duas locuções desse tipo): À medida que o tempo passa, o casal fica mais apaixonado; À proporção que os dias passavam, o medo crescia.

    Casos em que a crase é opcional

    → Antes de pronomes possessivos femininos minha, tua, nossa etc. (pois nesses casos o uso do artigo antes do pronome é opcional): Os presentes foram entregues à minha irmã ou Os presentes foram entregues a minha irmã.

    → Antes de nomes de mulheres (pois aqui o artigo é opcional): Felipe fez um pedido à Raquel ou Felipe fez um pedido a Raquel.

    → Antes da palavra até (se depois dela houver uma palavra feminina que admita artigo, a crase será opcional): Os amigos foram até à praça ou Os amigos foram até a praça.

    Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-crase.htm

  • Errei pq nunca tinha ouvido em verbo bitransitivo.

  • Eu acertei pq o verbo é bitransitivo. Comparar o quê? "lA" (A FUMAÇA QUE SAI DE UM VULCÃO), A que? (A FUMAÇA QUE SAI DE UM ESCAPAMENTO DE UM CARRO)

  • Fui por eliminaçao....Nao era facultativa e nao era proibida tb. No caso só sobrariam 2 dizendo ser obrigatória e dizia a transitividade do verbo. Verifiquei e pronto. resolvida.

  • Quem compara, compara um coisa a outra por isso que é bitransitivo
  • Tirando a dúvida do Ragnar a B tá errada sim, visto que a palavra "comparar" cabe duas perguntar uma de maneira direta e outra indireta, quem compara compara uma alguma coisa a outra
  • Também nunca havia (tinha) ouvido falar de um verbo bitransitivo

  • Verbos bitransitivos são tanto transitivos diretos quanto indiretos.

    O verbo comparar é transitivo direto quando compara algo.

    E é transitivo indireto quando compara a que.

    Lembrando que os verbos transitivos indiretos exigem preposição. Logo, se ele é bitransitivo, tem que se observar se no enunciado está cumprindo a função de transitivo indireto. E é o que ocorre:

    “Pense na fumaça que sai de um vulcão. Agora, imagine compará-la à fumaça que sai do escapamento de um carro".

    Comparar o que? (A fumaça que sai de um vulcão)

    A que? (À fumaça que sai do escapamento de um carro). Aqui, ele é um verbo transitivo indireto. Por isso ocorre o uso da crase.