SóProvas


ID
5441722
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O que os outros vão pensar?


    Quando eu era pequena, não tinha medo nenhum de bicho-papão, mula sem cabeça, bruxa malvada ou o diabo a quatro. Quem me aterrorizava era outro tipo de monstro. Eles atacavam em bando. Chamavam-se “os outros”. 


    Nada podia ser mais danoso do que os outros. As crianças acordavam de manhã já pensando neles. Quer dizer, as crianças não: as mamães. Era com os outros que elas nos ameaçavam caso não nos comportássemos direito. Se não estudássemos, os outros nos chamariam de burros. Se não fôssemos amigos de toda a classe, os outros nos apelidariam de bicho do mato. E o pior é que as mães não mantinham a lógica do seu pensamento. “Mas mãe, todo mundo dorme na casa dos amigos.” “Eu lá quero saber dos outros? Só me interessa você!” Era de pirar a cabeça de qualquer um. Não víamos a hora de crescer para nos ver livres daquela perseguição.  


    Veio a adolescência, e que desespero: descobrimos que os outros estavam mais fortes que nunca, ávidos por liquidar com nossa reputação.  


    Não tinha escapatória: aos poucos fomos descobrindo que os outros habitavam o planeta inteiro, estavam de olho em todas as nossas ações, prontos para criticar nossas atitudes e ferrar com nossa felicidade.


    Hoje eles já não nos assustam tanto. Passamos por poucas e boas e, no final das contas, a opinião deles não mudou o rumo de nossa história. Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles. Os outros ainda dizem horrores de nós. Ainda têm o poder de nos etiquetar, de nos estigmatizar. A gente bem que tenta não dar bola, mas sempre que dá vontade de entregar os pontos ou de chorar no meio de uma discussão, pensamos: “Não vou dar esse gostinho para os outros”. 


    Está para existir monstro mais funesto do que aquele que poda nossa liberdade.


(Carta Maior. Por Martha Medeiros. Agosto de 2003. Com adaptações.)

No fragmento “Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles.” (5º§), o termo destacado exprime circunstância de:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: C

  • Gabarito letra C.

    Pense da seguinte maneira, considerando a frase do enunciado:

    Quão indiferente é possível estar a eles?

    • Pouco indiferente.
    • Muito indiferente.
    • Bastante indiferente.
    • Nada indiferente.
    • Totalmente indiferente.

    Clara expressão de intensidade, por isso a letra C.

  • Dica para esse tipo de questão: verifique se a palavra solicitada se flexiona ao se passar a frase para o plural. Se não flexionar, É ADVÉRBIO!!!

    "...totalmente indiferente..." (não existe totalmenteS indiferentes, logo, advérbio)

    Indiferente = adjetivo

    Totalmente = advérbio de intensidade que intensifica o adjetivo indiferente.

    E lembrem-se: o advérbio pode se referir ao verbo, ao ADJETIVO e a outro advérbio.

  • Totalmente= Intensidade,portanto; GABARITO: C

  • A questão é sobre advérbios e quer saber qual a circunstância exprime o advérbio destacado em “Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles.” (5º§). Vejamos:

     .

    Advérbio: palavra invariável que indica circunstâncias. Modifica um adjetivo, um verbo ou outro advérbio. Pode ser de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, tempo e negação.

     .

    A) Modo.

    Errado.

    Advérbios de modo (indicam como algo acontece): bem, mal, assim, depressa, devagar, como, adrede, debalde, alerta, melhor (= mais bem), pior (= mais mal), aliás (de outro modo), calmamente, livremente, propositadamente, selvagemente, e quase todos os advérbios terminados em -mente.

     .

    B) Expectativa.

    Errado. Não existe advérbio de "expectativa".

     .

    C) Intensidade.

    Certo. "Totalmente" é advérbio de intensidade.

    Advérbios de intensidade (intensificam algo): muito, mui, pouco, assaz, bastante, mais, menos, tão, demasiado, meio, todo, completamente, profundamente, demasiadamente, excessivamente, demais, nada, ligeiramente, levemente, que, quão, quanto, bem, mal, quase, apenas, como.

     .

    D) Circunstância.

    Errado. Não existe advérbio de "circunstância". Os advérbios em si já indicam circunstâncias.

     .

    Gabarito: Letra C

  • Gabarito: C.

    A- Modo. ERRADO: indica como algo acontece, exemplos:

    bem, mal, assim, depressa, devagar, como, adrede, debalde, alerta, melhor (= mais bem), pior (= mais mal), aliás (de outro modo), calmamente, livremente, propositadamente, selvagemente, e quase todos os advérbios terminados em -mente.

    B - Expectativa. ERRADO: não é um advérbio, mas indica situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua probabilidade de ocorrência, em determinado momento.

    C- Intensidade. CERTO: intensifica algo, exemplos:

    muito, pouco, assaz, bastante, mais, menos, tão, demasiado, meio, todo, completamente, profundamente, demasiadamente, excessivamente, demais, nada, ligeiramente, levemente, que, quão, quanto, bem, mal, quase, apenas, como.

    D - Circunstância. ERRADO: não é um advérbio, mas o advérbio é um termo modificador que, de maneira independente, expressa uma circunstância (de lugar, de tempo, de modo, de intensidade, de condição, dentre outras) e desempenha na oração a função de adjunto adverbial.

    "Faça da dificuldade a sua motivação."

  • Gabarito C

    Acerca da D: "totalmente" é um advérbio, mas não existe advérbio de "circunstância". Os advérbios em si já indicam circunstâncias.

  • Essa dica aqui me salvou: quando o advérbio se refere ao adjetivo ou advérbio e não ao verbo - quase sempre é intensidade

  • C

    Dica!

    Quando o advérbio se refere a ADJETIVO/ADVÉRBIO ele geralmente é de intensidade

    Já ao se referir ao VERBO traz a circunstância daquela ação

    Bons estudos!