No caso de Língua Portuguesa, o documento divide as práticas de linguagem em quatro categorias:
- Leitura/escuta
- Escrita
- Oralidade
- Análise linguística/semiótica
Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
O objetivo é ampliar o letramento já iniciado na Educação Infantil e na família, por meio da progressiva incorporação de estratégias de leitura, compartilhada e autônoma, em textos de diferentes complexidades.
Vale lembrar que o documento considera a leitura para além do texto escrito, incluindo imagens estáticas (foto, pintura, desenho, ilustração, infográfico etc.) ou em movimento (filmes, vídeos etc.) e som (áudios e música), que circulam em meios impressos ou digitais.
Escrita (compartilhada e autônoma)
Nos primeiros anos, isso representa saber para que serve a escrita e como ser capaz de começar a praticá-la. Para construir esse conhecimento, a indicação é levar à sala de aula situações reais de uso da língua, para que as crianças tenham bons motivos para escrever. O professor pode adotar estratégias. Uma delas é simplesmente deixar que os alunos escrevam, de acordo com suas possibilidades, ainda que de maneira não convencional. Ele também pode servir, inicialmente como escriba para a turma e, em salas em que algumas crianças já escrevem convencionalmente, elas podem servir de escriba para os colegas.
Nesse processo, o professor deve mostrar que a produção de um texto envolve pensar nas respostas para quatro perguntas fundamentais: quem escreve, qual é o objetivo, quem vai ler e onde será publicado. No começo, o próprio docente deve apontar para os alunos esses pontos, até que, aos poucos, eles sejam capazes de uma reflexão autônoma.
Oralidade
O professor deve promover discussões com intencionalidade para além da tradicional roda de conversa. Pode ser uma exposição oral sobre um estudo que estão fazendo ou a argumentação para definir uma regra de convivência. Neste último caso, o docente pode formular questões, tais como: pode trazer espada para a sala de aula no dia do brinquedo? Em todas as situações, as interações não precisam ficar apenas entre aluno e professor. Dá para estimular as crianças a escutar, prestar atenção e comentar o que o colega falou.
Análise linguística/semiótica (alfabetização) Essa prática indica explicitamente a sistematização da alfabetização, com a proposta de reflexões sobre o sistema de escrita alfabética e o funcionamento da língua e de outras linguagens. Observação importante: as práticas de linguagem não são estanques. Há articulações entre elas. Ao trabalhar uma produção de texto, é possível, por exemplo, realizar entrevistas (oral) com registros (escrita), ler textos modelares do mesmo gênero (leitura) e transformar a entrevista em texto escrito (análise linguística). O professor deve também fazer um uso pedagógico da tecnologia e estimular a visão crítica dos alunos sobre a utilização das ferramentas digitais, considerando também os aspectos éticos, estéticos e políticos.