Mesmo antes de ser lançado, "Negros da Terra - Índios e Bandeirantes nas Origens de São Paulo", do historiador norte-americano John Manuel Monteiro, já era obra de referência para pesquisadores de história indígena e primorosa contribuição aos estudos sobre a formação de São Paulo.
O texto, originalmente tese de doutorado na Universidade de Chicago, em 1985, reconstitui a evolução da escravidão indígena e do bandeirantismo.
As incursões bandeirantes ao sertão, diz o autor, estão ligadas à demanda de mão-de-obra do planalto de Piratininga (que produzia trigo) e não, como defende a historiografia tradicional, à economia litorânea, já dominada pelos engenhos de cana-de-açúcar.
Tais expedições começaram com a colonização. Chegam ao auge no século 17, ao atingirem o Centro-Sul até a região do Guaíra, fronteira com o Paraguai, ocupada então pelos guaranis e aldeamentos dos padres jesuítas.
As grandes bandeiras estariam, assim, relacionadas a um momento chave da história paulista, quando a região deixa de ser uma das mais atrasadas da colônia e assiste à prosperidade agrícola em razão da mão-de-obra indígena. (...)
Fonte: Folha de S. Paulo. Bandeirantes caçavam "negros da terra". Domingo, 06/11/1994.
Disponível em: https://outline.com/rEzMWL. Destaques meus que não constam do texto original.
Resposta: Alternativa E.
GABARITO: LETRA E.
- Para Monteiro, esse “motivo básico” das expedições dos bandeirantes foi: o imperativo crônico da mão de obra indígena para os empreendimentos agrícolas dos paulistas.
A falta de mão de obra em São Paulo, devido ao alto custo do escravo africano para os paulistas e uma oferta reduzida decorrente do controle holandês dos portos da África e das rotas de escravos, levou os bandeirantes a realizar o apresamento de índios, de preferência aldeados por jesuítas nas missões. Eram nas missões que se encontravam um número considerável de Guarani.
O contexto paulista do século XVII foi marcado pela inovação da mobilização de grupos de índios guerreiros com a finalidade de escravizar inimigos para servir os colonos.
O surto bandeirante foi de 1608 a 1641. Relaciona-se ao desenvolvimento da economia no Planalto de São Paulo (produção e transporte de excedentes agrícolas, articulação da região à outras partes da colônia e o circuito mercantil atlântico). Os índios capturamos foram integrados à economia florescente, marcada pelo desenvolvimento de uma lavoura comercial.
(Fonte: aulas do Curso Cidade).
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Bons estudos!
@gabig19