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A putrefação se desenvolve em quatro fases ou períodos distintos e consecutivos, a saber:
--Primeira fase – *Período cromático* (Período de coloração, período das manchas): inicio, em geral, de dezoito a vinte e quatro horas após o óbito, com uma duração aproximada de sete a doze dias, dependendo das condições climáticas. Inicia-se pelo aparecimento de uma mancha esverdeada na pelé da fossa ilíaca direita (mancha verde abdominal), cuja cor é devida à presença de sulfometahemoglobina. Nos recém-nascidos e nos afogados, a mancha verde é torácica e não abdominal, com cheiro característico (transformação da hemoglobina).
-- 2 fase – *Período enfisematoso* (Período gasoso, período deformativo): inicia-se durante a primeira semana e se estende, aproximadamente, por trinta dias. Os gases produzidos pela putrefação (notadamente gás sulfídrico, hidrogênio fosforado e amônia), infiltram o tecido celular subcutâneo modificando, progressivamente, a fisionomia e a forma externa do corpo. Esta distensão gasosa é mais evidente no abdome e nas regiões dotadas de tecidos areolares como face, pescoço, mamas e genitais externos. Os próprios gases destacam a epiderme do córion, formando extensas flictenas putrefativas, cheias de liquido transudado (posição de lutador).
-- 3 fase – *Período coliquativo* (Período de redução dos tecidos): inicia-se no fim do primeiro mês e pode estender-se por meses ou até dois ou três anos. Caracteriza-se pelo amolecimento e desintegração dos tecidos, que se transformam em uma massa pastosa, semilíquida, escura e de intensa fetidez, que recebe o nome de putrilagem.
A atividade das larvas da fauna cadavérica auxilia grandemente na destruição total dos restos de matéria.
--4 fase – *Período de esqueletização* : no final do período coliquativo, a putrilagem acaba por secar, desfazendo-se em pó. Desta maneira, surge o esqueleto ósseo, que fica descoberto e poderá conservar-se por muito tempo. Pela ação da fauna e do meio ambiente com a destruição dos tecidos, restando apenas o esqueleto, cabelos e dentes (três anos). Quando o cadáver permanece insepulto e abandonado sobre o solo por razoável tempo, nele se instalam pequenos animais (principalmente insetos) denominados como fauna cadavérica, que seguem certa ordem de instalação: moscas comuns, moscas verdes, coleópteros e lepidópteros.
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B coliquativo.
Putrefação: é a decomposição da matéria orgânica por ação de diversos micro-organismos, como germes e bactérias, que estejam presentes ou não no corpo humano. Tal fenômeno depende das condições climáticas, do solo, da falta de oxigênio, ação de bactérias de decomposição, flora e fauna cadavéricas etc. A putrefação passa por 4 fases:
1) coloração; (cromático)
Inicia-se pela mancha verde abdominal e vai difundindo-se por todo o abdome, tórax, cabeça e membros. O aparecimento dessa mancha surge entre 20 e 24h depois da morte.
2) gasosa; (enfisematoso)
São os gases de putrefação que vão surgindo do interior do corpo humano, com bolhas na epiderme, de conteúdo líquido hemoglobínico.
Do interior do corpo, vão surgindo os gases de putrefação (enfisema putrefativo), com bolhas na epiderme, de conteúdo líquido hemoglobínico. O cadáver toma um aspecto gigantesco, principalmente na face, no abdome e nos órgãos genitais masculinos, dando-lhe a posição de lutador. Nota-se a projeção dos olhos e da língua e a distensão do abdome, o qual permite um som timpânico pela percussão. Esses gases fazem pressão sobre o sangue que foge para a periferia e, pelo destacamento da epiderme, esboça na derme o desenho vascular conhecido como circulação póstuma de Brouardel. Esses gases também podem fazer pressão sobre os órgãos abdominais, produzindo prolapsos intestinais e genital, e às vezes, quando em presença de uma gravidez, a expulsão do feto no chamado “parto post mortem”.
3) coliquativa; (liquefação)
O corpo perde sua forma, a epiderme se desprega da derme, o esqueleto fica recoberto por uma massa de putrilagem, os gases se evolam e surge um grande número de larvas de insetos.
4) esqueletização
A atuação do meio ambiente e dos elementos que surgem no trabalho da desintegração do corpo faz com que o cadáver se apresente com os ossos quase livres, presos apenas por alguns ligamentos articulares. A cabeça se destaca do tronco, a mandíbula se desprende dos ossos da face e os ossos longos dos membros superiores e inferiores se solta.
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gab B
FENÔMENOS CADAVÉRICOS (TRANSFORMATIVOS):
*DESTRUTIVOS: A PM é destrutiva
a) autólise; processo de autodestruição por ação das enzimas. acontece de forma anaeróbica (sem a presença de oxigênio)
b) putrefação: é dividida em 4 fases:
- cromática (aparecimendo das manchas verdes abdominais, surge entre 18 e 24h e se espalha por todo corpo entre 3º e 5º dia após a morte);
- gasosa (gases de putrefação; circulação póstuma de Brouardell marca essa fase, surge entre 48 e 72 horas após a morte - são as veias do morto);
- liquefação ou coliquação (começa no fim da 1º semana e pode durar meses; material necrótico dentro e mal cheiroso);
- esqueletização (varia de 3 a 5 anos)
Cespe delta 2016: Mesmo estando o cadáver em adiantado estado de putrefação, é possível, conforme a especificidade, estabelecer, pelo exame médico-legal, a causa jurídica da morte — suicídio, homicídio, acidente ou morte natural. CERTO
UEG 2013 delta: Ao passar por um matagal, populares encontram um corpo em estado de decomposição e comunicam à autoridade policial, que solicita o exame pericial. Sobre putrefação, tem-se que os gases produzidos entre o 2° e 4° dias de putrefação são inflamáveis.
c) maceração: A maceração é um fenômeno destrutivo do cadáver pelo qual há a destruição dos tecidos mergulhados em líquido. Na maceração: o feto que morre dentro do útero a partir do quinto mês e não é expelido, pois os conceptos menos desenvolvidos são mumificados (litopédio) ou totalmente reabsorvidos. Fenômeno pés e mãos de lavadeira.
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Aprimorando...
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
DESTRUTIVO: ocorre após a morte com a transição dos restos biológicos até sua fossilização.
AUTÓLISE: Caracteriza-se por uma série de fenômenos fermentativos anaeróbicos que ocorrem no interior das células do individuo após sua morte, ocorrem independentemente de qualquer ação de outros microrganismos. É o primeiro dos fenômenos cadavéricos. Os diferentes tecidos do corpo sofrem a autólise em diferentes momentos, dependendo de suas capacidades enzimáticas. A córnea, por exemplo, por não ter vasos sanguíneos, pode ser transplantada sem problemas mesmo horas depois da morte clinica.
PUTREFAÇÃO: Consiste na decomposição fermentativa dos tecidos pela ação de diversos seres microscópicos, em seguida da autólise. O abdômen é onde se inicia este processo, com uma mancha verde característica, fato que só não ocorre nos recém nascidos. O período cromático ou de coloração inicia-se pela mancha verde abdominal, que vai se espalhando pelo corpo e deixando o cadáver com um aspecto azul esverdeado e vai escurecendo até o verde-enegrecido. Tal tonalidade é causada pela formação de hidrogênio sulfurado. No período gasoso ou enfisematoso é aquele em que do interior do corpo os gases da putrefação vão formando bolhas na epiderme, o cadáver incha. Há projeção dos olhos e da língua, bem como a distensão do abdômen. O período coliquativo ou de liquefação é aquele em que as partes moles se decompõem, a derme se descola da epiderme e o corpo perde sua forma. Nesta fase há a presença de larvas e insetos necrófagos em grande número. Por fim, no período de esqueletização, os ossos se apresentam quase livres, unidos por algumas articulações. O crânio se destaca do restante do corpo e ainda resta uma massa denominada putrilagem, resto decomposto das vísceras. Este período dura de 3 a 5 anos, os ossos resistem muito tempo, porém vão perdendo sua estrutura e peso com o passar do tempo.
MACERAÇÃO: A maceração é um fenômeno de transformação que ocorre no cadáver quando em meio aquoso como nos afogados (maceração séptica), ou pode ocorrer no feto quando morre no útero da mãe do sexto ao nono mês de gestação (maceração asséptica).
Há o destacamento de amplos segmentos cutâneos, devido ao fenômeno da embebição da hemoglobina, fazendo com que a epiderme se solte facilmente, além dos órgãos soltarem-se dentro do ventre.