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ID
5475385
Banca
IBFC
Órgão
Prefeitura de São Gonçalo do Amarante - RN
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo para responder à questão.

Guerra de narrativas (adaptado)
   Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha, passamos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território dos mitos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos 50 mil anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm começo, meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama possui um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde termina, o que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor de um mito ou do que entendemos como senso comum.
   Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pessoas antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de opressão, perpetuamos sua essência.
   A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.
   Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo. Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua visão de mundo.
 https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/

De acordo com o sentido do texto, leia as afirmativas abaixo.
I. O narrador do senso comum é a voz que personifica o narrador invisível, cujo interesse narrativo é desmotivado de intenções políticas e econômicas, já que assim como o narrador mítico ele não se mostra visível.
II. A ideia de que a América foi descoberta pelos europeus faz parte de uma narrativa eurocêntrica que desconsidera os nativos do continente americano como sujeitos que já haviam descoberto esse espaço geográfico.
III. A disputa pela narrativa pode ser considerada uma guerra ideológica, que movimenta interesses políticos há milhares de anos.
Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • I – Errada. "toda trama possui um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde termina, o que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor de um mito ou do que entendemos como senso comum."

    No trecho diz que nem é sempre é visível o narrador para apontar o que entendemos como senso comum

    II – Correta.  "Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pessoas antes da invasão europeia."

    Ou seja, faz parte de uma visão que os europeus que descobriram aqui e desconsidera o povo que aqui habitava.

    III – Correta.  "A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e disputaram a atenção. [...] Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo."

    Ou seja, a fala do narrador é influenciada por modelos políticos, disputas, tudo para ter o poder de fala.

  • Questão de Compreensão de Texto

    Gab:C

  • "desconsidera os nativos do continente americano como sujeitos que já haviam descoberto esse espaço geográfico" Achei forçado considerar que esses nativos é que descobriram o espaço geográfico. O texto não fala disso, e sim que eles já habitavam por serem nativos. Não houve uma descoberta, de fato, para nenhum dos grupos.