SóProvas


ID
5479882
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
MPE-SC
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    É o discurso que nos liberta e é o discurso que estabelece os limites da nossa liberdade e nos impulsiona a transgredir e transcender os limites — já estabelecidos ou ainda a ser estabelecidos no futuro. Discurso é aquilo que nos faz enquanto nós o fazemos. E é graças ao discurso, e seu ímpeto endêmico de espreitar além das fronteiras que ele estabelece para a sua própria liberdade, que nosso estar no mundo é um processo de vir a ser perpétuo — incessante e infinito: nosso vir a ser e o vir a ser do nosso “mundo da vida” — juntar-se, misturar-se, embora sem solidificar, estreita e inseparavelmente, entrançados e entrelaçados, e compartilhando nossos respectivos sucessos e infortúnios, ligados um ao outro para o melhor e para o pior, desde o momento de nossa concepção simultânea até que a morte nos separe.
    O que nós chamamos de “realidade”, quando entramos em um ânimofilosófico, ou “os fatos da questão” quando seguimos obedientemente as instâncias da doxa, é tecido de palavras. Nenhuma outra realidade nos é acessível: não acessamos o passado “como ele realmente aconteceu”, o qual Leopold von Ranke celebremente conclamou (instruiu) seus colegas historiadores do século XIX a recuperar. Comentando sobre a história de Juan Goytisolo a respeito de um velho, Milan Kundera salienta que a biografia — qualquer biografia que tente ser o que seu nome sugere — é, e não poderia deixar de ser, uma lógica artificial inventada, imposta retrospectivamente a uma sucessão incoerente de imagens, reunida pela memória de partículas e fragmentos. Ele conclui que, em total oposição às presunções do senso comum, o passado compartilha com o futuro a ruína incurável da irrealidade — esquivando-se/evadindo-se obstinadamente, como ambos o fazem, das redes tecidas de palavras movidas pela lógica. Não obstante, essa irrealidade é a única realidade a ser captada e possuída por nós, que “vivemos em discurso como o peixe na água”. 

Zygmunt Bauman e Riccardo Mazzeo. O elogio da
literatura. Zahar. Edição do Kindle (com adaptações).

Julgue o item que se segue, com relação a aspectos linguísticos do texto precedente. 


No trecho “quando seguimos obedientemente as instâncias da doxa” (segundo parágrafo), o sinal indicativo de crase poderia ser inserido em “as” — escrevendo-se às —, sem prejuízo da correção gramatical do texto, uma vez que o emprego desse sinal é facultativo nesse caso. 

Alternativas
Comentários
  • crase facultativa será quando estiver :

    1-Sua

    2-Dona

    3-Maria

    Fonte: quase dois anos de estudos direto

    AProvado em ACS 2021

    Deus te abençoe

  • CUIDADO!

    Há comentários incorretos.

    Leia-se o fragmento textual:

    “quando seguimos obedientemente as instâncias da doxa (...)”

    Em consonância com Celso Pedro Luft, em Dicionário Prático de Regência Verbal, p. 476 e 477, o verbo "seguir", no contexto apresentado, é transitivo direto e não rege, por conseguinte, preposição alguma, de modo que, se inserto o sinal indicativo da crase, haveria um solecismo de regência verbal.

    Errado.

    Obs.: em um comentário nessa questão, registraram que o verbo "seguir", caso pronominal, "seguir-se", permitirá o uso do sinal indicativo da crase, o que é um erro grave. Esse verbo, sendo pronominal em pelo menos duas acepções, rejeita o uso do acento, conforme registro de Celso Pedro Luft no já mencionado livro, do qual eduzo estas frases:

    a) Seguem-se alguns exemplos de sintaxe;

    b) Seguem-se as assinaturas das testemunhas;

    c) Seguiram-se minutos de agoniada expectativa.

  • verbo transitivo direto

  • Gabarito: E

    O verbo "seguir" é transitivo direto não sendo regido pela preposição "a". Sabendo-se que crase é a junção da preposição a + artigo definido a, conclui-se que não há necessidade de crase, neste caso.

  • O verbo não expressar preposição A, logo crase não há...

  • Crase facultativa:

    Até;

    Nome de mulher; e

    Pronome possessivo feminino no singular.

    #SDDXANDÃO

  • CRASE FACULTATIVA:

    APÓS O PRONOME ATÉ

    NOMES PRÓPRIOS FEMININOS.

    PRONOMES POSSESSIVOS FEMININO NO SINGULAR: MINHA, TUA, SUA, NOSSA.

    GABARITO: E

  • Minha contribuição.

    Casos em que a crase é facultativa: ATÉ,SUA,MARIA

    a) Uso facultativo da preposição a, formando a locução até a.

    Ex.: Leu o livro de uma vez até a última página.

    Ex.: Leu o livro de uma vez até à última página.

    b) Antes de pronomes possessivos femininos no singular.

    Ex.: Levaremos o livro a sua casa.

    Ex.: Levaremos o livro à sua casa.

    c) Antes de nomes próprios femininos.

    Ex.: Desejo tudo de bom a Maria.

    Ex.: Desejo tudo de bom à Maria.

    Abraço!!!

  • ATÉ (depois de)

    MINHA (tua, sua, nossa e vossa)

    DONA (antes de)

    MARIA (antes de nome próprio de mulher)

  • Verbo seguir é VTD, não há como por crase.

  • VERBO SEGUIR -->> verbo transitivo direto e intransitivo Caminhar na direção certa: seguir a estrada do mar. verbo intransitivo Prosseguir numa direção; continuar: o técnico pediu para que o time seguisse.

    Então.... não pode haver crase.

  • Gab ERRADO.

    Existem 4 CASOS de facultatividade:

    ATÉ SUA DONA MARIA.

    ATÉ = após a palavra ATÉ

    SUA = antes de pronome possessivo feminino

    Dona = Antes da palavra dona

    Maria = Antes de nome próprio feminino.

    #PERTENCEREMOS

    Insta: @_concurseiroprf

  • Gabarito Errado

    CASOS PROIBIDOS:

    •  Antes de masculinos em geral;
    • Antes de artigo indefinido;
    • Antes de plural com a singular;
    • Entre palavras repetidas ( locução adverbiais);
    • Antes de verbos;
    • Antes numeral (exceto hora);
    • Depois de preposição (exceto até);
    • Antes de nome próprio com sobrenome;
    • Em objeto direto; - regra da questão
    • Em sujeito;
    • Antes de dona + nome próprio;
    • Antes de pronomes pessoal em geral;

    NUNCA ocorre crase antes dos pronomes pessoais, como eu, tu, ele, ela, nós, vós, mim (pronome pessoal oblíquo)..., já que não são antecedidos de artigos. Nessas situações haverá apenas a preposição “a”.

    • Antes de pronomes indefinidos;
    • Antes de pronomes de tratamento;
    • Antes de pronomes demonstrativos não iniciado por A. 

  • Olhem sempre a regência do verbo. Quem segue, segue algo. Não tem preposição, portanto não tem crase.
  • O uso do sinal indicativo de crase, nesse caso, é obrigatório, haja vista a regência do verbo "obedecer" (VTI). O autor do texto usou linguagem coloquial e cometeu erro gramatical ao suprimi-la.

  • “quando seguimos obedientemente as instâncias da doxa”

    O verbo não é obedecer. Obedientemente é só a forma como ele segue. O verbo é SEGUIR.

    Quem segue, segue algo ou alguém. Não precisa de preposição.

    Dessa forma, 'as' é artigo e não comporta crase porque o verbo seguir não pede preposição.

    Lembrando que a crase é formada da necessidade de preposição pelo verbo + necessidade de artigo da próxima palavra.

    CRASE = PREPOSIÇÃO + ARTIGO.

    GABARITO: ERRADO

  • Fala pessoal!

    03 CASOS FACULTATIVOS (OPCIONAIS) DE CRASE!

    1º) DEPOIS da preposição ATÉ no sentido de limite. EX: Fomos ATÉ à escola / Fomos ATÉ a escola.

    2º) ANTES de nome próprio feminino. EX: Entreguei tudo à Aline / Entreguei tudo a Aline.

    3º) ANTES de Pronomes possessivos femininos no singular (sua, minha, nossa).  

    ,EX: Referi-me  à  sua secretária / Referi-me a sua secretária

    Bons Estudos!

  • " ATÉ MINHA MARIA"

  • EAI CONCURSEIRO!!!

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  • CRASE FACULTATIVA:

    "ATÉ a POSSE DONA MARIA"

    Depois de ATÉ

    Antes de pronome POSSEssivo feminino singular (Se plural, há crase)

    Antes de DONA

    Antes de nome próprio feminino (MARIA)

  • Seguir = Verbo Transitivo Direto

  • CRASE FACULTATIVA se dá em três casos:

    ATÉ SUA MARIA

    • 1 - Após a preposição até

    Ex: Fui até a secretaria / Fui até à secretaria

    • 2 - Diante de pronomes possessivos femininos no singular (sua, minha, nossa)

    ExReferi-me a sua professora / Referi-me à sua professora

    • 3 - Antes de nomes próprios femininos

    Ex: Entregarei tudo a Maria / Entregarei tudo à Maria

  • Não tem crase devido a regência do verbo

  • GABARITO: E.

    “quando seguimos obedientemente as instâncias da doxa” 

    Seguimos: verbo transitivo direto. (Quem segue, segue algo...)

    Obedientemente: adjunto adverbial de modo. (Como? De modo obediente)

    as instâncias da doxa: objeto direto.

    Nesse caso, o sinal indicativo de crase não poderia ser inserido em “as”, visto que, não há termo transitivo indireto ou intransitivo que exija preposição "a".

  • CASOS FACULTATIVOS DE CRASE

    • Antes de antropônimo (nome de pessoa) feminino:

    • Refiro-me à(a) Juliana;

    • Antes de pronome possessivo feminino:

    • Dirija-se à(a) sua fazenda;

    ---

    Fonte: José Maria, Direção | https://app.qconcursos.com/cursos/615/capitulos/627196

  • Mais uma vez: "Até sua Maria" não falha. ------------------------------------------------------------------- Crase facultativo: 1- Diante de "até". 2- diante de pronome possessivo: "seu, sua, meu". 3- diante de pronome pessoal: " Maria, Pedro, João, Daniel.