A hematopoiese (ou hemopoese) é processo pelo qual são formadas as células do sangue. A porção celular do sangue é composta de eritrócitos (hemácias), leucócitos e plaquetas, oriundas de uma célula-mãe única, denominada célula pluripotente, toipotente, stem–cell ou célula-tronco.
As primeiras células sanguíneas do ser humano surgem no período embrionário (pré-hepático), por volta da sétima ou oitava semana de vida. Daí até o quarto mês, a formação das células se faz em agrupamentos de células redondas localizadas no saco vitelínico.
Ainda durante a gestação, do quarto ao sexto mês de vida fetal, as células tronco hematopoiéticas emigram do saco vitelínico para o fígado e as células do sangue são, então, formadas no fígado e também no baço. É o período hepatoesplênico da hematopoiese.
Na fase intermediária da vida fetal, o baço e os nodos linfáticos desempenham um papel menor na hematopoiese, mas o fígado continua a dominar essa função. Em conjunto com o baço, o fígado exerce outra função importante na renovação sanguínea, a hemocaterese, processo no qual células envelhecidas (hemácias) são destruídas por fagocitose através de macrófagos no baço.
Após o período hepatoesplênico, a hematopoiese passa a ser feita na porção esponjosa dos ossos, também denominado período medular. A medula óssea é o sítio hematopoiético mais importante a partir de 6 a 7 meses de vida fetal, durante a infância e na vida adulta.
No nascimento, a medula óssea é o principal local de formação de células hematológicas e assim se mantém durante toda a vida do indivíduo. É importante lembrar que, sob condições patológicas, os órgãos que tiveram função hematopoética na vida intrauterina podem voltar a ter essa função.
A medula óssea gordurosa remanescente é capaz de reverter para hematopoiética e, em muitas doenças, também pode haver expansão da hematopoiese aos ossos longos. Além disso, o fígado e o baço podem retomar seu papel hematopoiético fetal (hematopoiese extramedular).