Atenção à saúde da população em situação de rua: um desafio para o Consultório na Rua e para o Sistema Único de Saúde
Deidvid de Abreu, Walter Ferreira de Oliveira
A transição do Consultório de Rua para Consultório na Rua é muito mais que uma alteração puramente semântica. Está em questão o campo de ação, sendo desfocada a saúde mental e ampliando-se as ações voltadas para a saúde geral da população em situação de rua . Nessa nova configuração, ressalta-se a importância da manutenção da perspectiva da redução de danos, considerada como um forte elemento da base dos antigos Consultórios de Rua e agora também fortalecida como uma diretriz da atenção básica, como preconiza a Política Nacional de Atenção Básica. Dessa forma, o Consultório na Rua desenha-se como estratégia e ponto de atenção da Rede de Atenção Psicossocial, que deve incorporar a redução de danos de forma transversal em sua prática. A redução de danos carece ser pensada de forma ampliada, como um conhecimento e olhar singular sobre as situações e demandas apresentadas pela população em situação de rua, incluindo a atenção integral à saúde. Esse assunto, central à estruturação dos Consultórios na Rua, nos pareceu pouco explorado no artigo publicado, dada a sua importância para a compreensão do escopo a que se propõe a nova configuração.